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sábado, 19 de junho de 2010

Humanização dos Coidados Médicos - 16 de Julho de 2008


(A partir desta data é o que estava escrito no Hi5, onde começo por um resumo da situação)

Julgo que a nossa história é a história de muitas pessoas e se puder ajudar alguém, então tudo terá valido a pena.

Até chegarmos ao IPO Porto, serviço de Onco Hematologia ninguém atinou com um diagnóstico muito menos com um tratamento adequado.

O Jorge foi internado no Piso 5, onde tenho de sublinhar a grande qualidade de cuidados de enfermagem (tenho de os sublinhar primeiro porque também sou enfermeira), médicos (e aqui tenho de exaltar todas as acções do Dr. Mariz, pela sua competência e cordialidade - vejam e aprendam, senhores doutores) e de todos os outros profissionais.

Agora o Jorge está em tratamento de ambulatório. Possivelmente ainda estamos longe de voltar para a nossa casa nos Açores, pois os valores de sangue dele continuam baixos. Assim, cá estamos.

Esta semana foi particularmente difícil. Na segunda-feira ele apareceu com o que parece candidiase oral, foi rapidamente atendido na consulta não programada do IPO e medicado.

Também na segunda-feira fez uma injecção que tem a finalidade de estimular a produção de glóbulos brancos. Esta injecção desencadeia vários efeitos secundários, nomeadamente dores ósseas. Então esta noite ele acordou-me por volta das 4 da manhã e disse "Estou a começar a ter aquelas dores". Eu sou enfermeira obstetra (ou parteira se preferirem). Tonta de sono fui buscar a medicação analgésica.

Depois deitei-me e, ainda cheia de sono, comecei a dizer "Respira", "Relaxa"... até que o Jorge me disse "Mas tu pensas que estás a fazer algum parto???"

Esta é a parte cómica do dia.

O analgésico provocou-lhe vómitos e tonturas e não pode levantar sequer a cabeça da almofada.

A parte menos boa de toda??? Tenho de registar, pois é uma vergonha.

Para estar com o meu marido foi estabelecido com o médico (ou médica) dele em Ponta Delgada um plano terapêutico. Como os dias estão a passar, telefonei a esse profissional que, pasme-se, como estava muito preocupada com o pai doente tratou-me mal e deu-me com o telefone na cara. Será que este "profissional" sabe o que é um atestado médico??? É que se não está em condições de trabalhar não deve tratar mal os utentes (e sim, a família dos utentes também é utente!!!). O Jorge que assistiu a tudo ficou num estado lastimoso. Parece incrível!!! Para quando a humanização dos cuidados (DE TODOS OS PROFISSIONAIS E NÃO SÓ DOS CENTROS MAIS ESPECIALIZADOS???).

Fica a nota do dia.

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