Nós

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

29 de Agosto de 2010 – Quinta de Dom José, Vila Verde




Saímos ontem pelas 12 horas de casa para virmos para a Quinta de Dom José que, acabara eu de saber ao confirmar a morada, fica em Vila Verde, um local que não tive oportunidade de conhecer há dois anos.
Ainda tínhamos de almoçar e a dúvida era se o faríamos já a caminho do coração do Minho ou ainda no Porto. Eu tinha muito apetite, bem como o Diogo. Assim, optámos pela Churrasqueira do Amial, o que se provou não ser uma boa opção. Escolhi Bacalhau à Gomes de Sá, mas estava horrível. Uma sra da mesa ao lado também não conseguiu. Depois, como já metade do pessoal está de férias mas tinha muita gente, nunca mais nos despachávamos. Só pelas 14 horas saímos de lá, a hora em que eu queria estar a fazer o check-in na Quinta para aproveitar o máximo. E ainda tínhamos de passar em casa porque nos esquecêramos de carregador de telemóvel e eu do próprio telemóvel (não adianta, não gosto de semelhante coisa…)
Depois de programar o GPS para Lage, Vila Verde, onde fica a Quinta de Dom José, verifiquei que não demoraria muito a chegar, se bem que seria por auto-estrada, o que não gosto nada porque me dá imenso sono, ainda para mais depois do almoço. A viagem fez-se sem qualquer incidente, tendo apenas parado em Braga para abastecer de gasolina. Estava era muito, muito calor.
Chegámos à Quinta. Eu vira na internet e ficara bem impressionada, considerando o preço/qualidade muito razoável. E tem piscina, o que para mim é muito importante. Já aqui escrevi que dêem-me uma comidinha e uma piscina e sou uma mulher feliz.
A casa da quinta, a partir do parque de estacionamento é sóbria e agradável. Abriram-nos a porta e entrámos noutro mundo. Fresquinho, o hall e ao mostrarem-nos a quinta, fui ficando cada vez mais agradada: o snooker, que não se paga (iupiiiii!!! Adoro) e que eu já sabia ter. Efectivamente já sabia das facilidades mas o Diogo não e para ele foram surpresas muito boas. E eu fiquei muito feliz por ele pois bem merece umas férias. Também tem bicicletas que se podem usar livremente e, virando à direita, lá está ela: a piscina! Ah, minha nossa, que coisa mais linda. E é tratada com sal marinho, não com cloro. Subimos para o nosso quarto. Agradável, mas aqui não é o que mais importa. Foi só despir e vestir o fato de banho. Aí vou eu que se faz muito tarde para umas braçadas de piscina. A entrada um pouco difícil não propriamente porque a água estivesse fria mas pela mudança de temperatura, uma vez que a ambiente estava sufocante. A piscina tem uma profundidade máxima de 1.85 o que é magnífica para mim pois posso nadar onde não tenho pé. O Jorge ficou nas cadeiras pois há dois anos o médico tinha dito para não tomar banho e não quisemos arriscar se bem que eu ainda o desafiei a sentar-se pelo menos na beira com os pés na água.
Saímos e viemos então para o quarto (já tínhamos arrumados os nossos pertences antes de irmos à água). A porta e a janela do quarto ficam virados para a piscina – todos os quartos ficam. Maravilhoso ir à janela ou ao terraço, onde estou agora e ter o jardim tão bonito com a piscina. Ah, até me cheirou a trópicos. Sinceramente, o espaço não fica atrás. Falta o “Tudo Incluído”, que apreciamos imenso por ser um grande descanso. Aí é que não dá para preocupar com nada. A Quinta de Dom José, sendo muito boa, só tem a possibilidade de pequeno-almoço; algumas têm de meia pensão ou de pensão completa mas preferi esta pelo que vi no seu site e acho que escolhi bem.
Depois de uma soneca houve que procurar jantar. Há algumas indicações de restaurante aqui perto mas como precisávamos de comprar água – cabeças de vento não trouxemos, fomos mesmo a Vila Verde. Encontrámos um mini-mercado jeitoso e depois fomos então procurar lugar para jantar. Havia um local que se chama “Rosa Dias. Cozinha Tradicional” e pensámos ser uma boa opção. Cozinha tradicional é connosco! Bem, não havia ninguém mas as mesas estavam postas. O Diogo perguntou à sra. se era possível jantar e ela “O que é que vocês querem?” Não foi desagradável, mas insólito. Dei sinal com a cabeça para sairmos. A sra. disse que podia “fazer uma bifanas, uns panados” e não sei quê mais. Agradecemos e saímos. Isto de não ter ementa mete confusão. Do outro lado da praça há uma Albergaria que tem igualmente pastelaria e restaurante. O aspecto era bom, a ementa à porta agradou e subimos. Como sempre vou à casa de banho. Por dois motivos: porque preciso (o motivo mais óbvio) mas porque me habituei a verificar assim a higiene do local. Impecavelmente limpo. Chama-se Restaurante Luena (a Albergaria e a Pastelaria têm o mesmo nome). O Diogo e o Jorge pediram medalhões que o empregado explicou serem acompanhados de batata a murro, castanhas e ananás. Fiz mal em não ter pedido o mesmo, pois eles gostaram imenso. Pedi Bacalhau à Braga. Não estava mal, mas há uma coisa que detesto na culinária actual: esta coisa que dá pelo nome de cozinha de fusão. Fusão de quê e para quê. E então sendo a nossa gastronomia maravilhosa fundi-la é despersonalizá-la e desvirtuá-la. Antes pedi uns pastéis de bacalhau. Divinos; desfazem-se na boca! Para sobremesa, lá estava ele, o tentador Pudim Abade de Priscos. E este é o melhor que já comi. Sem ser demasiado doce; por vezes é insuportavelmente doce. Este tinha a doçura adequada para um doce conventual sem nos afogar (às vezes é literal) em açúcar.
Viemos então para a quinta. Que linda e agradável à noite!
O Jorge foi ver o futebol no quarto e o Diogo disse que ía dar uma voltinha mas demorou. Não fui ter com ele pois não sabia se tinha ido andar de bicicleta ou se tinha feito conhecimentos e estivesse na conversa (Mal chegámos ficou a falar um bom bocado com o dono mais velho da quinta, penso que o pai do jovem que nos recebeu). Fiquei a ler.
Acabei por adormecer para acordar às 3h30m sem sono nenhum; ainda pensei vir para a rua, mas apenas espreitei pela janela. Li para mais de uma hora (não ando de relógio) e voltei a adormecer.
Acordámos às 9 horas para o pequeno-almoço. Eu estava muito curiosa pelo que lera de testemunhos no site.
Um pequeno-almoço abundante e variado. Sem ovos, bacon e outras coisas tais que não fazem parte da tradição portuguesa. Mas com pão, torradas, croissants, doces caseiros (pêssego, framboesa e laranja), sumo de laranja e sumo de melancia (este é muito agradável), morangos, uvas, melancia. E bolachas de chocolate, bolo de laranja, bolo de chocolate e queijadas de leite. Ainda tinha cereais. E leite, café, chá, água. Um repasto maravilhoso, saboroso e abundante. O Jorge ficou-se pelo básico, ele que é tão guloso não lhe apetece doces. Mas nada aqui tem comparação com o actual Hotel do Parque. E o preço de dois dias é o mesmo que pagámos por uma noite lá. Sim, foi na Romaria e, ao contrário do Jorge eu não me arrependo, pois só me arrependo do que não faço. Se não fosse não tinha ficado desiludida e sempre a pensar como tinha sido bom há dois anos. Há quem diga que não se deve voltar onde se foi feliz. Não concordo. Voltei a Salvador e ainda gostei mais da 2ª vez. E espero voltar a esta Quinta. Depois, as pessoas são de grande simpatia, a perguntarem se está tudo bem, se falta alguma coisa.
Para desgastar o pequeno-almoço fomos jogar snooker. Mas o Jorge depressa se cansou. Fiquei com o Diogo num jogo que nunca mais acabava – só às 13 horas. Porque eu sou um autêntico desastre a jogar. Mas gosto imenso. Quero lá saber de ganhar; gosto é de jogar. E raramente acerto. Mesmo jogando desde que posso há muitos anos. Nos clubes da Base não se paga e eu jogo desde jovenzinha. Mas sou boa numa coisa: a enclausurar o opositor de modo que depois de ter metido as bolas dentro começa a tirá-las e por quatro vezes o Diogo com todas metidas excepto as pretas, teve de as tirar para fora. Sem dúvida acabou por ganhar.
Partimos para o almoço, para o Restaurante Neves. Agradável mas como estava a fechar, já estava limitado nas escolhas. Escolhi costeleta de vaca grelhada com batata a murro (trouxeram frita) e eu deixei estar. O Jorge comeu o mesmo e o Diogo foi para vitela assada com batatinhas igualmente assadas; que batatinhas deliciosas.
De volta à quinta; cosa boa, que hoje estava mais de 30 graus. O carro marcava 36, e estava à sombra. Agora por isso, há um fogo aqui perto, pois vemos passar o helicóptero e o avião, além de já ter ouvido as sirenes dos bombeiros. Eu e o Jorge fizemos o que não se deve fazer: cama. O Diogo foi jogar snooker. Acordou-nos disfarçando a voz e dizendo que era o “serviço de despertar das piscinas Dom José”. Ainda o Jorge ficou na dúvida mas à medida que me dizia compreendeu que era o Diogo.
Foi então hora de piscina. Muito, muito boa. O Jorge voltou a ficar na cadeira à sombra de um guarda-sol que até tem um ar todo tropical por ser de palha. Todos são assim. Eu e o Diogo brincámos imenso dentro da água, até também com uma menina espanhola – todos os hóspedes, excepto nós e outro casal com uma criança (todos têm crianças) são espanhóis.
Fui então tomar banho de chuveiro.
Reparei que me surgiram mais manchas na perna direita, o que puxou a minha ansiedade mas que disfarcei. O Jorge já está apreensivo que chegue. Tenho tanta pena, pois não tira partido de nada. Tenho pena mas não o critico porque acho que acompanhar-nos já é muito bom. Eu nem o conseguiria.
Agora são 20h07m. A internet portátil que trouxemos não funciona aqui. Está uma tarde sem nuvens, uma temperatura maravilhosa. Tenho imensa pena de irmos embora amanhã. O Jorge faz análises amanhã e depois de amanhã tem consulta. Tudo o que ele quer é voltar para os Açores, “para a nossa casa, para a nossa rotina”, como está sempre a dizer. Vamos dar agora uma voltinha a conhecer a quinta.
22h15m
Fomos os três ver a quinta, o Diogo foi de bicicleta. Muito querida.
Saímos depois para jantar. Um Restaurante aqui perto estava fechado. Comprámos águas numa pastelaria lá perto e depois fomos a um restaurante de rodízio. Talvez por hoje ser Domingo não havia rodízio. Mas cheirava a ranço e nem eu nem o Jorge quisemos ficar. Dirigimo-nos então a um restaurante que fica aqui pertinho, o Plaza. Comida deliciosa, com uma salada de tomate e cebola temperada no ponto que eu e o Diogo gostamos. O Jorge não comeu. Por enquanto não come salada crua mas mesmo que pudesse possivelmente recusava. Parece uma criança daquelas biqueiras: não gosta de cenouras, da maior parte dos vegetais (só come couve e feijão verde). Mas, dizia eu, comemos uma comida deliciosa e pagámos metade do que ao almoço e ao jantar. Devia ter sido o primeiro lugar a ir… Mas ficamos a conhecer. Estou maravilhada com isto tudo. Abençoada terra.
Aqui ao lado estou a partilhar o link para a Quinta de Dom José pois acho que vale muito a pena. E gosto de partilhar o que vale a pena. E já agora, quem passar por aqui, vá comer ao Plaza. O Neves é capaz de também valer a pena, mas como eu disse antes, estava já limitado por estarem a fechar.
Agora ao chegar à Quinta fui colocar um pé na piscina e a temperatura está deliciosa. Só não me meto porque comi muito bem.
Até um dia, Quinta de Dom José.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Um engano e um Adeus - 26 de Agosto de 2010




Ontem foi o aniversário da Solange.
Aqui, fomos à Feira de Gastronomia de Vila do Conde. Bem que o Restaurante Alentejano nos chamava a atenção mas tínhamos de esperar 1 hora. E como tínhamos bastante apetite, fomos antes para as tascas. Má escolha. Os petiscos não eram apetitosos. Quem ainda ficou melhor foi o Diogo que escolheu bola de carne. Mas nem eu nem o Jorge apreciamos. Ele acabou por comer uma bifana e um caldo verde e eu leitão à moda da Bairrada que estava bom mas cujos acompanhamentos deixavam muito a desejar. Depois fomos passar pelas barraquinhas. O Jorge cansou-se a meio e teve de se sentar enquanto eu e o Diogo rapidamente passámos pela outra metade. Ele não fora há 2 anos e eu gostava que ele visse. Não sei se é a crise ou a falta de novidade, achei a feira mais pobre que há 2 anos. Os Açores não estavam representados.
Também ontem falei com a Susana. “Soube-me” tão bem pois tenho tantas saudades dela e gosto de falar com os meus amigos.
Hoje levantámo-nos cedo para irmos para a quinta de turismo de habitação que marquei. Fizemos as malas, arranjámos tudo, quando vim ver qual o endereço, felizmente li o email de confirmação. Pois… e as datas são de 28 a 30. Nem queria acreditar!!! Lá disse ao Jorge e ao Diogo. Eles reagiram muito bem mas eu fiquei mesmo desapontada. Ontem fui comprar um fato de banho e tudo. Ai esta cabeça. Ainda não descobri a génese da confusa que fiz. O Diogo e o Jorge tentaram animar-me dizendo como o tempo hoje está de pouca feição, nublado e não muito quente.
Tínhamos de ir aviar medicamentos e como estávamos para sair, não tinha nada descongelado. Onde ir comer? Ao Jorge apetecia ir ao NorteShopping e comer pizza. Por favor: comida de plástico não. Apetecia-me peixe. Estava com uma irritaçãozinha miudinha por dentro!!!
Lá chegámos a um acordo; uma vez que apetecia ao Jorge essencialmente dar um passeio, sugeri o Cais de Gaia, deixando o carro no parque de estacionamento. Acabámos por ir ao “ArdeRio”. O Jorge escolheu carne de porco à alentejana, o Diogo tagliatelli de legumes e eu omeleta de camarão. Não quisemos sobremesa. Como estávamos, estava bem. Andámos um pouco à beira rio o que é muito bom. Em alguns pontos de fresquinho debaixo das árvores só apetecia sentar ou deitar e ficar a ler.
Mas fomos ao El Corte Inglès, pois pareceu-me ontem quando comprei o fato d banho ver roupa para o Diogo. Mas não. Nada lhe agradou e foi a sua vez de irritabilidade.
Viemos para casa e eu e o Jorge aterrámos na cama. Estávamos muito cansados. Ainda deu uma boa topada com o pé direito na mala de viagem que está feita à entrada da porta. Vi montes de estrelas. Li uma página do livro “O Mago” e entrei no mundo dos sonhos. Ouvia de vez em quando o meu telemóvel tocar mas não conseguia abrir os olhos. Até que o Jorge veio ter comigo com ele na mão: “Tens uma mensagem do teu primo Eusébio”. Compreendi logo o que era: a minha tia Conceição, a única tia verdadeira que tenho faleceu. Há 2 anos que lutava com um cancro dos intestinos. Vivia com colostomia e aos dos 87 anos até agora foi quando parou de trabalhar. Tinha uma óptima cabecinha, mas ultimamente desligara. Telefonei ao meu primo Eusébio e falei com ele. É a vida. Era 2 anos mais nova que o meu pai e ele foi embora há 31 anos. A minha querida avó, mãe dos dois, foi de repente, durante o sono com 84. Mas eu gostava muito desta tia. Porém, compreendo que é o melhor para ela.
Agora à noite o Diogo esteve a massajar-me o ombro com o que resta do bastão chinês. Não consigo encontrar e é tão eficaz. Já há mais de 2 semanas que não tinha dores mas já há uns dias que ameaçava e ontem ao vestir o fato de banho, piorou mesmo.
Agora à noite estive a falar com a minha mãe e a minha prima Liliana. Estão boazinhas, graças a Deus. Também abaladas com a partida da minha tia.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Um dia de IPO (Literalmente!) - 24 de Agosto de 2010




Saímos para o IPO ainda não eram 8 horas.
Como o Jorge tinha consulta com a psicóloga, fomos de vez. Depois das análises esperámos para as 10 horas para a consulta com a Dra. Magda. Estávamos lá quando telefonaram da Onco-hematologia a pedir o processo.
A seguir fomos dar entrada no secretariado de Onco-hematologia e a secretária avisou-nos que a consulta estava marcada para as 15 horas. Nem eu nem o Jorge tínhamos reparado mas seguimos o que o médico tem feito e nos avisou logo de início: depois das análises ficarmos “por ali” que ele chamaria no intervalo de uma consulta.
O Jorge entrou e disse que já estava ali e disseram para ele esperar “um pouco”.
Esperámos, esperámos, esperámos até às 13h30m. Aí o Jorge foi lá dentro e disse que lhe tinham dito que a sua consulta era à tarde.
Fui então eu lá dentro, pois “à tarde” já era.
Dirigi-me à auxiliar que toma conta dessa parte burocrática e a enfermeira estava com ela. Esta enfermeira é embirrenta e hoje eu pensei que perderia a cabeça com ela.
Perguntei: “Afinal o Jorge não vai ser chamado antes?”
Resposta de uma delas, que eu não sei precisar qual: “Não podem chegar e quererem ser logo atendidos.” Comecei a ver tudo branco! “Desculpe estamos cá desde as 8 horas” – respondi “Mas a consulta é às 15 horas” – respondeu a auxiliar. “Mas o sr. Dr. diz-nos para estarmos aqui sempre depois de fazer as análises que ele chama na primeira oportunidade.” “Então vá dizer isso a ele!” – responderam-me.
Já lá vai o tempo da mágoa. Fiquei foi revoltada. Isso é forma de uma enfermeira falar com um cliente? Aliás, enfermeira??? Vejo-a sempre é de roda dos processos. Deve ser enfermeira dos processos. Nem sei se aquela sabe de onde somos. Como estamos, de certeza que não sabe. E pelos jeitos, não quer saber. “Se eu não fosse também profissional de saúde já tinha perdido a cabeça” – respondi. E saí.
Viemos para casa, comemos uma canja e voltámos de modo a estar no hospital às 15h.
Às 14h59m estavam a chamá-lo. E diz a empregada, loira, pequenina “Chegou o sr. que estava em falta”. Eu quase me dava uma coisa. Mas sempre calada. Se ela ou a enfermeira se dirigem directamente a nós, eu rebentava. Mas não o fizeram. Olhavam disfarçadamente.
Quando entrámos deu para ver que o médico não estava bem-disposto, mas é muito “cool” e “British”. Ao menos isso, pois se alguém afrontasse, era para onde eu despejava. Depois ele mostrou que sabia da nossa má disposição e explicou que tinha muitos doentes e não conseguira ver o Jorge no intervalo. Ora bem. Aí nós dissemos “Mas então dissessem logo que chegámos ainda antes das 10h30m, pois ficámos ali sem comer, sem o Jorge tomar medicação e sem o Diogo almoçar também. O médico mostrou então mais descontracção.
Mas o triste é saber que profissionais da mais digna profissão fazem isto: ignoram os clientes e as suas necessidades; são as enfermeiras dos “processos” mas depois vão contar “ao sr. Dr.” o descontentamento dos clientes. Há gente que está na profissão errada!!!
Os valores de hoje: Hemoglobina – 10.2; Leucócitos – 5700, dos quais Neutrófilos – 3700; Plaquetas – 88 mas com indicação de que há agregação, portanto, qualquer problema relacionado com a técnica de colheita ou de execução já da própria análise. O que me mete alguma confusão, quando são dados essenciais e acho que todo o cuidado seria pouco. A bioquímica estava “bem”, excepto o Magnésio que continua muito baixo.
Comparámos os dados actuais com os de há 2 anos e como o Jorge está a recuperar bem que, no meio disto tudo é o principal. Reduziu a Amitriptilina para 10 mg uma vez que anda a dormir em pé.
O médico explicou que ao estarem os valores de ciclosporina muito elevados, significa que não necessita de uma dose tão alta e então disse que até aos 3 meses há necessidade de ajustes, não de desmame e pelos jeitos não deveremos voltar para os Açores antes desse tempo – 18 de Setembro.
A consulta acabou em sorrisos; tinha começado tensa. E mesmo com o médico a demosntrar solidariedade e compreensão com a nossa situação de estarmos tão longe de casa com responsabilidades e toda uma vida que ficou em “Pause”.
Vimos depois o Dr. Sérgio que é sempre um querido! Se todos os médicos tivessem um pouquinho do que ele tem.
No meio disso tudo foi bom ter vindo a casa pois eu iria explodir.
Chegámos às 17h, completamente estourada.
Éramos para ir à Feira de Gastronomia em Vila do Conde mas estou tão cansada que nem me apetece mexer.
Combinámos que o Diogo regressa a 9 (a minha mãe a 5, do Algarve); em princípio ajuda-nos a despachar caixotes de livros. Nós vamos assim que possível. Sei que vai ser muito difícil vê-lo ir mas tem de ser. Agora (18h50m) a fazer o jantar (salada russa de frango para mim e para ele e lombo assado com batatinha assada para o Jorge e para o Diogo – eu dispenso mesmo) já me imaginava sem ele e já me veio a lagrimazinha ao canto do olho.
Ontem comprei um quarto de melancia; não dava nada por ela porque há 2 anos não comi nenhuma que prestasse e fiquei com a ideia de que as melancias daqui não seriam grande coisa. As de São Miguel são muito boas. Do Algarve também, mas as de São Miguel são melhores. Esta que comprei ontem era muito vermelha. E uma delícia!!!
Com o calor que fez o ano deve ser bom para melancias.
21h30m
A Professora Célia e a Kristin escreveram-me. Que bom! Tenho tantas saudades delas!
Está frio. A noite está mesmo fria e tive de vestir um casaco do Diogo pois não trouxe nada quente para vestir. Isto vai ser giro!!!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Viana, em tempo de crise - 23 de Agosto de 2010




Ontem saímos de casa logo pela manhã. O destino era a Romaria da Nª Srª da Agonia em Viana. Adoro Viana e há 2 anos adorei a festa.
O dia não prometia em termos climatéricos pois estava nublado.
Fomos devagarinho que a idade de eu conduzir de prego a fundo já passou há muito.
Como ainda era muito cedo passámos Viana e fizemos um jogo que fazemos por vezes – nem sempre com resultados satisfatórios: contar “n” restaurantes à direita ou à esquerda e parar ao fim desse número. Ontem seria o 5º à direita, depois de sair de Viana.
O Jorge tinha saído de casa ensonado, no seu estado “amarrado” mas ficou mais animado durante a viagem e com este jogo. Bem, o 5º restaurante ficava em Vila Praia de Âncora e não nos agradou muito. Resolvemos que seria o próximo. Mas este não tinha estacionamento e voltámos a caminho de Viana. Parámos então no Mariana, em Afife, onde estivéramos há 2 anos e gostámos.
Em dois anos achámos muita diferença. Para já a senhora que nos veio receber à mesa de simpática não tinha nada. Quer dizer, até tinha, para quem comprava marisco ou os pratos mais caros. Nem comentei com o Jorge ou o Diogo para não criar mau ambiente. A comida perdeu muita qualidade. A crise chegou à qualidade e ali chegou também à qualidade de atendimento por aquela senhora.
Viemos para Viana, o mesmo hotel onde estivemos há 2 anos. O check-in foi muito rápido, quarto 201. Bem, o Diogo ficaria com os pés de fora. Ainda propus que ficasse na cama com o Jorge, suficientemente grande. Eu ficaria na cama extra. Mas ele não quis. Não compreendo: pagamos um quarto triplo mas descobrimos que não só a cama é diferente como só tem uma toalha. Não tem toalha de rosto nem de bidé.
A casa de banho cheirava a esgoto.
Fomos para a festa, depois de uma sesta. O tempo piorava. Andámos à procura de um restaurante para jantar. O Jorge interessou-se pelo “Covas” que não conhecíamos. Foi uma agradável surpresa. Preços muito acessíveis e uma grande simpatia de todos os empregados e do dono. Começámos por ficar na esplanada mas começou a chover, a chover e acabámos no balcão quer os lugares que havia. Mas foi muito divertido.
Depois viemos pela festa fora e começou a chover bem.
No hotel descansámos um pouco e reparei (e disse) ao Jorge que ele não estava cansado (e andámos mais de 1 Km para cada lado). Ele confirmou e que também não tinha dores nos pés, coisa que o apoquenta muito.
Acabei de ler o livro “O Cavaleiro da Armadura Enferrujada”, que o Dr. Jorge Ascenção, psicólogo com quem estou a fazer psicoterapia me aconselhou a ler. Muito, muito bom. Aconselho.
Na hora do fogo fomos para o terraço. Chegou-se a pensar que seria cancelado devido à chuva mas houve na mesma. Mas também aqui se verificou a crise. Menos tempo e mais pobre que há 2 anos. Ainda pensei que fosse impressão minha por já não ser novidade mas ouvi outras pessoas dizer o mesmo.
Dormi relativamente bem, tendo acordado a meio da noite sem sono mas obriguei-me a dormir para não acender a luz e acordar o Diogo que não tolera qualquer luz no quarto.
Fomos tomar o pequeno-almoço às 8 horas e bem, aqui ficou confirmada a crise do hotel que era muito jeitoso. Havia café, leite, refresco de laranja (horrível!), manteiga, doce de morango, papos-secos, croissants e pão de leite. Também havia chá e cereais tipo corn flakes. Em lado nenhum isto é um pequeno-almoço de um hotel de 4 estrelas. Soubesse eu que era assim e tinha ficado a dormir que bem me apetecia.
O Jorge e o Diogo quiseram logo vir embora do Hotel. A proposta dele era que viéssemos na calma pelas praias. Ainda fomos ao Natário, mas não havia bolas de Berlim; só às 11h30m e eram 9 horas. Fomos andando pelas diferentes praias e aproveitámos para dar uma espreitadela por alguns hotéis que tínhamos debaixo de olhos. Não nos engraçámos, mas também chovia e estava tão cinzento que acho que dificilmente algo agradava.
Chegámos a casa e fiz o almoço para o Jorge: salada de feijão-frade com atum e ovo. O Diogo não quis e para mim fiz uma sandes de ovo cozido porque não gosto de feijão-frade nem de atum.
Depois fui descansar com o Jorge e acordei para a consulta do Dr. Jorge. De novo volto a verificar que uma pessoa tão nova – podia ser meu filho pois é mais novo que o Sandro – consegue ser tão bom psicólogo.
Quando voltei para casa foi o horror da notícia do choque em cadeia. Passaram a mesma notícia tanta vez! Que horror, puxa ao voyerismo quase. Já se ouvira. Já não podia ver mais. Uma pessoa não pode fazer nada e vê todo aquele horror e coloca-se na pele daquelas pessoas.
É que as pessoas não têm cuidado nenhum. Hoje eu vinha a 60, 70 Km/hora e dei por mim com um BMW tão colado a mim que se eu travasse um pouco que fosse ele batia-me e possivelmente provocava uma situação em cadeia. Naquela altura fiz o comentário e o Diogo olhou para trás. O condutor deve ter percebido pois foi mantendo a distância e felizmente saiu logo mais adiante.
Em resumo, a crise está aí. Económica mas não só. Como dizia o Diogo se no Mariana querem que as pessoas continuem a ir não é com comida daquela nem uma empregada assim.
O Hotel, é uma pena ter perdido a qualidade. Mas aumentam o preço. É isto que temos. A continuar assim, daqui a algum tempo, se calhar é um hotel que fecha como tem acontecido a vários. E era bastante razoável.
A relação preço/qualidade do Hotel do Parque e do restaurante Mariana necessitam de ser revistos. Por nós já revemos: fecharam-se duas portas pois não voltamos. Um restaurante como “O Covas” tem uma óptima relação preço qualidade e ficaremos clientes.
Já fui a Viana em todas as estações do ano. É a cidade fora dos Açores, quero dizer, excluindo Ponta Delgada que é a minha terra do coração e a Praia da Vitória que é do nascimento, que mais gosto. Pois nunca lá tinha estado com um tempo destes. Mesmo em pleno Inverno apanhei-a sempre radiosa de sol, por mais fria que estivesse. Nem se via o Mosteiro no alto da Serra de Santa Luzia. Aliás, nem se via um palmo à frente do nariz.
Até o clima anda em crise.
Mas que haja melhoria de saúde. Isso é o principal.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

De ansiedade a alguma calma, num rodopio mental - 19 de Agosto de 2010




Esta noite acabei de ler o livro “À Descoberta do Brasil” de Maria Vieira e esposo. Que saudade!!! Fechei a luz para dormir, mas está bem, está! Chorei – pouco e baixinho para não acordar o Jorge. Depois fiz Reiki e adormeci.
Acordei com o Jorge a dizer que tinha telefonado ao médico e ele diz que os níveis séricos de ciclosporina estão altos, devendo diminuir para 160 mg/dia (80mg+80mg). Fiquei arrasada. Mas há 2 meses que começou o tratamento e já está a fazer metade da dose com que começou. Comparando com, por exemplo, duas pessoas do Fórum cujos maridos fazem ciclosporina há 4 anos, o Jorge estaria perto de uma recaída. Foi muita ansiedade!
Saí à tarde para ir a Gondomar comprar bastões para as dores, mas nunca demos com o local. Fui eu e o Jorge e depois fomos ao Continente. Era para ir ao Pingo Doce mas o Jorge preferiu o Continente. Eu estava a rebentar de ansiedade e nem sei o que andava a fazer.
Quando cheguei a casa fui procurar textos científicos – ainda não sei porque não consigo entrar na minha zona privada da Ordem dos Enfermeiros para aceder à EBSCO. Mas encontrei as Guidelines cuja chefe é Judith Marsch. Para minha admiração, é inglesa, do King’s Hospital em Londres. Se o Jorge lá quisesse ir ouvir uma opinião!
Não é que não confie no médico dele mas fico tão ansiosa; ele fala pouco e uma segunda opinião é sempre importante. Mas o Jorge confia cegamente nele.
Li atentamente as guidelines e compreendi melhor porque é que a dose de ciclosporina tem de ser monitorizada sem que isso interfira nos resultados terapêuticos. Por outro lado, aprendi que o transplante de medula óssea de dador não irmão já não é tão perigoso como era. A taxa de sobrevivência aos 5 anos é de 75%. Melhorou imenso!
Isto deixou-me bem mais tranquila. Se este for o próximo passo, as coisas estão a melhorar muito. Também confirma uma coisa que o médico do Jorge disse: para procurar um dador compatível a nível mundial, desde que exista, 3 meses é suficiente, dando tempo para manter o doente em espera.
Fiz lombo fatiado assado com batatinhas. Até o Diogo comeu e gostou bastante; nem ele nem eu gostamos muito de carne. Assada ainda é como vai melhor.
O tempo está muito mais fresco. É melhor? Não sei… É estranho porque cheira a fim de Verão e não sei o que foi o Verão nos Açores. A minha vida, o meu mundo estão tão longe…
23h45m
Aprendi uma palavra nova: trough (sim, sem “h”) que é o doseamento de um medicamento no sentido de determinar a dose eficaz sem ser tóxica. É de acordo com isso que se ajusta a dose da ciclosporina. Portanto, do que entendo, não está a haver um desmame (seria completamente absurdo para já) mas uma adaptação, um ajuste de modo a haver dose terapêutica sem dose tóxica.
Também estive a verificar no Bone Marrow Foruns e há 2 anos, às 8 semanas de tratamento (de facto conta-se em dias), portanto cerca de 60 dias, ou seja, mais ou menos o mesmo tempo de agora, hoje (+62 dias; é assim que se conta) a dose foi para 150 mg de ciclosporina. Portanto, penso que não há por que preocupar…
Revendo todas as minhas entradas neste site, compreendo que, possivelmente, a recaída começou em Novembro de 2009 quando se tinha passado de 120 mg de ciclosporina para 50. Nessa altura fui avisada no Fórum que a diminuição tinha sido muito grande. Aí, as plaquetas desceram de 190 para 140… E eu já mostrara apreensão. Devia ter ouvido mais a minha intuição. Desta vez, santa paciência, temos de ir buscar coragem seja lá onde for, mas o desmame será como indicado pela Dra. Marsch, 25 mg de 3 em 3 meses.
Estão todos os dados destes dois anos (valores hematológicos e procedimentos terapêuticos) introduzidos em SPSS e vou pedir ao Diogo que percebe muito mais de SPSS do que eu que me faça uns gráficos e uns cálculos interessantes para guardar e partilhar incluindo vou dar uma cópia ao médico.
Ai esta cabeça que não pára!!! Mas sou assim; tenho de compreender, tenho de saber o que se passa, as tendências. Felizes dos ignorantes… ou não???

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A bitter feeling 17 de Agosto de 2010




Ontem tive a minha consulta de psicoterapia e voltei a gostar muito. O Dr. Jorge tem 29 anos (podia ser meu filho) mas é muito competente.
Fomos ao Outlet, pois preciso de um fato de banho já que não trouxe nenhum, mas não encontrei. O Diogo também precisa de roupa mas também não encontrou o que queria.
O Jorge andou por aquilo tudo e só quando estávamos a pagar no El Corte Inglés é que ele se sentou.
Já passou o Lexotan para 1.5 mg ao deitar mas ainda fica muito asténico. Diz que pensou que o medicamento lhe daria mais energia. É precisamente o contrário; a energia tem de vir de dentro dele.
Hoje quase não acordava para ir fazer as análises, de modo que só chegámos ao IPO às 8h30m e não às 8.
Depois das análises viemos pelo LIDL (o meu Diogo diz que nunca imaginou que se fizessem tantas compras para uma casa…) e foi o Jorge quem andou com o carrinho e o foi arrumar. Mas está caindo com sono, pois nunca na vida tomou nada que se pareça com Lexotan…
Está bastante calor hoje, de novo.
14h41m
Esperámos imenso pela consulta.
Finalmente entrámos, o médico do Jorge já voltou, fizemos um resumo do que aconteceu.
Plaquetas – 104; Hemoglobina – 9.6; Leucócitos - 3500; Neutrófilos - 1900. O médico prescreveu a injecção sub-cutânea de Pegfilgrastim (Neulasta), o que deixou o Jorge muito desiludido.
O médico deu a entender que poderíamos ir a meados de Setembro para os Açores. Mas ele veio bem menos expansivo do que foi. As férias devem fazer-lhe mal. Estou a ser injusta… O sr. até perguntou se havia algo mais.
O Jorge queria perguntar porque ía fazer a injecção com aqueles valores. Eu também tinha curiosidade. Mas ele não perguntou e eu também não.
Viemos para casa num táxi, Mercedes, que tinha um cheiro, não sei se dos estofos se de algum produto que o taxista usava que me pôs completamente nauseada. Que horror! Assim que ele parou à porta do prédio, saí porta fora.
Mas terça-feira é um dia que não gosto. Logo de manhã um telefonema de uma “senhora” que não vejo há 2 anos – conheço-a aqui do lar. E não me deixou saudades. Ainda estou para saber como tem o meu nº de telemóvel. Já foi uma contrariedade com que começou o dia porque há gente, como esta “senhora” que tem lata para tudo.
16h23m
Falei com a Solange e o Rodrigo. Muito bom!
A galinha para a canja ainda coze… isso é que é frango caseiro!!!
23h53m
Chegámos.
Fiz uma sesta e depois saímos. Para dizer a verdade acho que dormia até amanhã de manhã.
Fomos jantar ao Amial; têm uns filetes de pescada que são uma maravilha. Se fosse em casa não comia… Sou mesmo esquisita. Mas é que ali devem temperar com limão e não sei que mais porque são mesmo muito bons.
Depois fomos ao NorteShopping; fui buscar a minha oferta de aniversário BodyShop (ah, pois não!), comprei o livro que o Dr, Jorge me sugeriu, “O Cavaleiro da Armadura Enferrujada” e “O Mago”. Andei à procura de um fato de banho porque não trouxe nenhum e agora vamos para um hotel com piscina. Mas já se vê é roupa de Inverno…
O Jorge está com dores nos pés, de andar. Menos mal, é hábito. Mas está apático. Quando é que isto toma rumo????

domingo, 15 de agosto de 2010

O que a Psique faz! - 15 de Agosto de 2010




Na sexta-feita fomos a uma consulta de psicologia. O Jorge saiu animado.
Já tinha dormido muito bem com o Lexotan e hoje o mesmo. Dorme imenso mas ele estava a necessitar pois por norma dorme mal e agora ainda mais.
Já se sente mais forte e compreendeu que era o se medo que lhe estava a fazer muitos sintomas.
Hoje fomos jantar ao Amial. Ele depois tinha vontade de ir dar um passeio.
Marquei uma noite para o Hotel do Parque em Viana onde estivemos há 2 anos e vimos o fogo-de-artifício. Consegui para o Domingo, portanto, em princípio, dá para ver de novo o fogo. Isto animou-me e, por consequência, penso que animou também o Jorge.
Também vimos umas quintas de Turismo e marcámos para uma. O preço é óptimo; a ver vamos se gostamos.
De ontem para hoje foi dia de enxaqueca para mim.
Acabei de ler a obra de Margaret George “Helena de Tróia”. Tenho lido tudo o que escreve e ela sabe mesmo captar! Não consigo parar de ler. Muito bom.
Hoje fiz uma saladinha de frango de Verão para mim e o Diogo porque o Jorge não gosta.
À noite fomos à Pizza Hut que fica na Frente Marítima. Um lugar muito bonito. Mas de facto, gostasse eu de tudo como gosto de pizza e eu seria um palito. Entretanto dava o Benfica-Académica que o Jorge queria ver. Pude aperceber-me de um fenómeno curioso. Os adeptos doFCP são igualmente anti-benfiquistas. Isso é natural, mas o que eu quero dizer é que vibram tanto quando o Benfica leva um golo como quando o Porto marca. O que não me parece muito saudável. Já tinha ouvido dizer mas hoje vi. Para tirar confusões, eu sou sportinguista.
Queria ir à Feira de Artesanato de Santo Tirso mas ao colocarmos no GPS, ainda ficava a 38 Km e eram mais de 10 horas. Então viemos para casa.
Metade de Agosto já passou. Faz um friozinho à noite…
Se tudo continuar assim (o Jorge tem andado e sem cansaços de assinalar – O que a Psyche faz!) podemos ir dando uns passeios. Não precisava ficar tudo para hoje.

sábado, 14 de agosto de 2010

Mais um dia de IPO e nasce ânimo - 12 de Agosto de 2010





Ontem à noite limpei o chão da casa e fartei-me de chorar. Estava a precisar. Mesmo muito.
O Jorge acordou cedo, foi ao café e comprar o jornal e tomou banho sem medo. Ele começou a ficar com receio de eu não aguentar e percebeu que há muito de psicológico no seu estado actual.
Mas não quis comer e começou a vomitar. Então disse que queria ir ao IPO.
Fomos e esperámos muito pois havia sérios problemas no Piso 6. A sala em que hoje esperámos mostra mais desgraça do que a que costumamos esperar, nomeadamente um jovem com uma leucemia e outra com um osteossarcoma. É dose!!!
O Jorge foi então consultado pela Dra. Ana Espírito Santo que validou bem se ele se sentia pior, fisicamente, desde terça-feira e fez então uma coisa que eu ainda nunca vira: enviou para Psicólogo. De modo que amanhã será outro dia de IPO mas desta vez para consulta de psico-oncologia. Ele ficou ansioso por ir ao psicólogo. Ó meu Deus! Acho que há pessoas que preferem ir ao dentista.
Já se queria aninhar em casa mas foi comigo à farmácia aviar o Lexotan ou que a médica lhe prescreveu. E depois foi ao Lidl comigo e andou com o carrinho, tendo-o mesmo ido arrumar. E não se sentiu mal. Penso que começa a compreender que muitos sintomas que tem são cá de cima de onde manda tudo e quanto mais encarar as coisas mais aumenta a sua percepção de auto-eficácia e eventualmente melhorará a sua condição.
De pensar que tenho amanhã mais um dia de IPO dá-me angústia, mas enfim, tem de ser.
O que mais me dói aqui no peito é o Verão que o meu filho mais novo, sempre tão solícito está a ter. Ainda hoje enquanto o táxi chegava para irmos ao Hospital, fez-me sandes e juntou sumo e águas para levar para o hospital. Ele é assim. Não merecia nada disto! Ontem eu disse que seria bom pensar em si e voltar para casa mas ele diz que vai em Setembro e apontou a data de 9 de Setembro. Já lhe marquei a viagem. Ele tinha planos para viajar pelos Açores e veja-se no que deu…
Enquanto há uns senhores que nem se lembram que têm um filho. Ah, seu eu pudesse rebentar à-vontade!
Fui procurando ainda hotéis e encontrei, de um dia para o outro o Hotel Parque, em Viana, onde ficámos há 2 anos e vimos o fogo-de-artifício. Marquei para um dia apenas, para a noite do fogo.
Depois a Abigil, a partir daqui do blog, com a sua generosidade, a qual bendigo muito (obrigada, amiga!) deu-me uma ideia para turismo em quintas; estive a fazer pesquisa e encontrei coisas interessantes que amanhã mostro ao Jorge.
Ele tomou Lexotan que a médica lhe prescreveu e dorme a bom dormir.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A rebentar pelas costuras - 11 de Agosto de 2010




Durante alguns dias nem fui capaz de escrever.
Bati no fundo. A ideia de que eu tenho de bater no fundo é cair sentada. É interessante; não é cair de cabeça. É ficar sentada lá no fundo; logo, com ajuda, posso vir à tona.
Foi o que fiz: procurei ajuda indo à consulta do psicólogo que faz consulta na Associação de Esclerose Múltipla, Dr. Jorge Ascenção. Gostei imenso e vamos trabalhar intensamente até regressar aos Açores.
Na semana passada – os dias a seguir ao meu aniversário não são pacíficos – fui-me sentindo cada vez mais em baixo, mais em baixo e sem conseguir estratégias de coping eficazes.
Não sou dona de casa, com todo o respeito por quem o é. Não conseguiria. Não aprecio particularmente sair mas saio para ir trabalhar, o que é importantíssimo para mim. Estar em casa, cozinhar, não sair, os sustos e o receio com a situação do Jorge, tudo junto foi-se amontoando e o que consegui foi sentir-me impotente. Cada vez mais impotente. E a rebentar pelas costuras.
O Verão vai avançando, o Jorge menos nauseado mas igualmente cansado. Até para comer, tomar banho, se sente cansado. Fomos andar algumas vezes ao Parque da Cidade, ele foi tomar café e comprar o jornal mas ainda ante-ontem acordo com ele a falar consigo mesmo “Não estou a gostar disto”. Do cansaço.
Na 2ª feira fui ao psicólogo; estava a precisar, estou a precisar.
Sei que tenho de sair mais, mas o Jorge não consegue muito e eu sinto-me mal em deixá-lo em casa. Mas vou tomando consciência, por sentir na pele, que, ou faço algo por mim ou não ajudo ninguém.
Também me custa imenso que o Diogo tenha este Verão, estas férias, mas este é um pensamento e um sentimento que não ajuda ninguém. Claro que ele nunca se queixa, mas eu acho que não é justo. Mas também isto estou a trabalhar.
Ontem foi dia de consulta e as análises demonstram franca evolução. Mesmo em termos de função renal, melhoria. O Jorge tem mesmo feito reforço hídrico.
Valores da consulta de ontem: Plaquetas. 94; Hemoglobina - 9.8; Leucócitos - 6840; Neutrófilos - 4990.
À noite demos um pequeno passeio. Perguntei a médica, Dra. Luísa, que o consultou ontem e de quem gostei muito, se ele tem de manter a dieta e os cuidados neutropénicos e ela disse que sim, mas com menos rigor. Tanto que achou que podemos passar alguns dias fora.
Estiver a ver hotéis para onde pudéssemos ir nem que fosse um dia para apanhar ar do mar, mais fresco pois o tempo continua muito quente. Mas para os próximos dias não há nada e o tempo é de crise. Sem dúvida. O que me deixa hesitante. Ainda por outro lado, o Jorge acordou hoje nauseado. Fiz um chá de camomila, dei-lhe Aero-Om e melhorou bastante e receio que seja do jantar de ontem. Não sei o que faça, para já. Era ideal sair, para a minha saúde mental, mas a vida não está mesmo para graças… O que não ajuda a minha mente. É que é preciso recordar que toda esta situação do Jorge o colocou sem ganhar e é preciso olhar a todos os cêntimos. O que contribuiu também para o meu estado de ansiedade e de desânimo, pois adorava ir de férias quando ele recuperasse, mas não sei se será possível. Quando digo sair, refiro-me ir ao Brasil ou às Caraíbas, mas queria mesmo era Brasil. Mas temo que seja um sonho, apenas.
23h30m
Tive mesmo de apertar com o Jorge para se levantar e sair. Não aguento mais, não sou de ferro.
Ando à procura de um local para ir repousar, mas os preços são proibitivos. Sinto-me num beco sem saída.
Como coloquei no Facebook:
Como querem os nossos governantes que se faça férias em Portugal??? Já viram os preços dos hotéis??? Estou demasiado deprimida para procurar mais. Fico em casa, apodreço, rebento, quero lá saber!!!!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A melhorar e a recordar - 5 de Agosto de 2010




Nesta data, apesar de não se comemorar o seu aniversário há 31 anos, recordo sempre que o meu pai teria mais um ano de vida. Hoje faria 91 anos. E foi aos 60… A vida consegue ser bem injusta!
Pelas 10h30m o Jorge ainda não comera nada, apesar de estar menos agoniado que ontem. Então, com o meu “empurrão”, comeu uma laranja e 4 bolachas. Também tive de o incentivar a fazer a barba e tomar banho (nem parece o meu marido, salvo seja!). Por sua iniciativa foi então comprar o jornal. Chegou muito, muito cansado. Mas reforcei esta sua iniciativa.
Para o almoço estou a fazer-lhe feijão verde cozido com 2 ovos e 1 batata, também cozidos, e comerá com atum. A seguir vai ser metade de uma meloa pequenina. Veremos o que ele come.
14h24m
Está a repousar depois do almoço.
Não comeu a batata mas comeu os ovos, 2/3 do atum e quase todo o feijão verde. Não quis fruta e foi deitar-se a repousar pois ficou cansadíssimo só de comer (!). Ainda quero ver o que na terça-feira a médica diz disto.
17h00m
Consegui que comesse metade da meloa
23h50m
Estive com a Belém um bom bocado e foi muito bom, pois estava a precisar de conversar. Ela também nota o Jorge muito apático pois nem ri nem atende a nada do que se passa à sua volta. Foi bom ter também a sua opinião, pois às vezes penso que sou eu a ver coisas.
Como demorei pedi ao Diogo que aquecesse o caldo verde ao Jorge – estava congelado.
Quando regressei, o Jorge tinha ido aquecer e tinha comido tudo, assim cerca de 3 conchas! Bem, quer ver que ele precisa que o mime menos???
Não tinha comido fruta mas quando cheguei foi comer uma laranja.
Está muito menos enjoado e mal disposto. De facto o Sporanox em solução oral estava a dar cabo dele. É caso para dizer que não se morre da doença mas se morre da cura. O IPO só fornece sob aquela forma; paciência, compra-se.
Fui então com o Diogo buscar um hambúrguer para ele e um sundae para mim.
Entretanto dava tourada na televisão; se eu não me tivesse perdido 3 vezes, tínhamos demorado 1/3 do tempo…
Durante o resto do serão o Jorge foi capaz de se rir, de dizer piadas. Meu Deus, queira Deus que ele esteja de volta!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A tentar melhorar - 4 de Agosto de 2010


A noite foi passada com muitas dores no ombro e no braço. Na omoplata nem tanto. De manhã pedi ao Diogo para me massajar com a pasta chinesa e melhorou bastante. Mas o Jorge quer que eu vá ao médico. Só que já sei que me vão mandar fazer exames. Então vamos pedir que enviem os que estão nos Açores e depois se calhar vou ao médico.
Depois do Jorge tomar a medicação da manhã ficou muito nauseado, agoniado, com desconforto abdominal. Fui ver a bula do Sporanox e está lá tudo. Daí que em Janeiro do ano passado a Dra. Ana Luísa lhe tenha passado da forma de solução oral para cápsulas. Telefonei então para o IPO e falei com a Dra. Ana Espírito Santo e ela disse para fazermos isso, passar para cápsulas e se não melhorar, telefonar-lhe.
Ao almoço ele comeu pouco e sempre agoniado.
Nem me apeteceu comer nada.
20h27m
Fiz uma sesta com o Jorge. O Diogo tinha-me massajado o ombro e pescoço e melhorou bastante mas fiquei sonolenta.
Acordámos e fomos dar um passeio ao Parque da Cidade. Não levámos máquina fotográfica, o que foi pena. Tive de insistir com o Jorge mas como os médicos dizem que ele tem de sair e andar, tentei não ter remorsos. Parte-me o coração de o ver tão asténico mas tem de ser.
O Parque é muito bonito e andámos cerca de 20 minutos devagarinho – até a mim vai fazer bem. Detesto andar a pé mas tenho de ir para ele andar também. Depois vim trazê-lo a casa e fui a um Pingo Doce aqui perto, novo, de que a Belém me falou. Interessante e é bom para alternar nas compras com o Lidl. Há outro também aqui perto, na Rua do Seixo mas detesto porque é uma confusão, tudo aos montes, o cheiro não é o mais agradável. Então nunca vou lá e sinceramente não tenho a melhor das impressões da cadeia, mas este novo é bem diferente.
Telefonou-me a Adília a dar os parabéns, o que foi muito bom.
De regresso a casa foi aquela risota com o Diogo a colocar o meu chapéu na cabeça para descarregar o carro, o que lhe dava um ar incrivelmente ridículo.
Como o Jorge tem imensa dificuldade de comer, agora em causa não está o consolar mas o nutrir. Daí que estou a apostar nos vegetais e fruta que ele possa comer, nomeadamente laranja, meloa e ananás, porque ele não se queixa, mas deve estar farto de banana. Quando cheguei das compras, ao contrário do que combináramos, não tinha lanchado nada. Comeu então uma banana.
Para mim e o Diogo comprei canelones com espinafres e ricota. Ele e eu para carnes, principalmente vermelhas, é complicado. E era muito, muito bom. Mas não consegui que o Jorge comesse fruta depois do jantar. Pelo menos está a fazer reforço hídrico.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Mais um aniversário no Porto - 3 de Agosto de 2010




É a 2ª vez que o meu aniversário é no Porto. Adoro esta cidade e seria muito bom um aniversário aqui mas noutras circunstâncias. Como é óbvio!
No Sábado o Jorge convenceu-me a encomendar um bolo de aniversário na Confeitaria Nobreza. Não é o da foto; este tirei daqui da internet e é daqueles "All American Style" que eu gosto imenso. Encomendei também um pudim de ovos porque como é feito com ovos pasteurizados, ele pode comer e ele adora.
Como nasci à meia-noite e cinco, tenho o hábito de apagar as velas e partir o bolo a esta hora. Então ontem fomos buscar a encomenda.
Raciocinei que se nasci nos Açores, devia apagar as velas depois da uma e cinco da manhã (o que significa que há 2 anos o fiz mais cedo). Assim foi. O Diogo tirou as fotos e fez tanta brincadeira que não tive mesmo senão de rir. Ele e a Verónica ofereceram-me um Tarot lindo (faço colecção). A Belém foi a primeira a telefonar, à meia-noite e cinco de cá, depois a Verónica e quando eu pensava que a minha mãe adormecera (ela faz sempre questão de ser a primeira a dar-me os parabéns), ela ligou à uma hora e cinco minutos e explicou-me (!) como era ela que estava certa.
Logo de manhã telefonou o Sandro e falei com ele, com a Solange e com o Rodrigo. Este meu lindo e inteligente neto tem uma conversa de telefone que nem parece da idade dele. Um dia telefonou a perguntar se o Jorge estava melhor.
Apaguei as velas e parti o bolo. O Jorge tem muita falta de apetite, sente-se muito afrontado e comeu um pedacinho. À hora que escrevo isto (22h30m), ainda não partimos o pudim.
Muitas pessoas do Facebook deixaram recados e enviaram mensagens, bem como a Patrícia Tavares e a Sandra Silva da minha Escola.
Os meus primos do Algarve telefonaram bem como a minha directora e amiga, Leonor Melo que me fez a agradável surpresa de cantar os parabéns ao telefone. Também me telefonou a Patrícia Ferreira e a Lúcia Freitas, amigas e colegas de equipa. À tarde o filho da Belém, Tiago, também me deu um beijinho. Uma pessoa sente-se acompanhada, que não é esquecida. E esta foi a parte boa de mais uma data que indica mais um ano. Festas deste tipo que já adorei e enchia a casa, dizem-me cada vez menos.
Assim, às 8 estávamos no IPO para as análises e às 10 para a consulta. Demorou um pouco mas fomos atendidos perto do meio-dia. Foi o Dr. João, mas foi o seu último dia de estágio lá. Que nunca deixe de ser como é, foi o que lhe desejei e desejo, pois é técnica e humanamente muito competente.
Os valores das plaquetas continuam a melhorar: 73; Hemoglobina – 8.6. Neutrófilos – 700 e Leucócitos – 2.2. A creatinina sérica estava ligeiramente aumentada bem como o doseamento da ciclosporina o que levou à indicação muito clara de reforço hídrico. Depois de falar com a médica que substitui o Dr. Mariz, a indicação foi para fazer o injectável indutor da produção de leucócitos e diminuir a dose de cilosportina de 130 mg/2 vezes por dia para 100 mg/2 vezes por dia.
Se eu fosse médico, não prescreveria aquela injecção; esperar-se-ía até sexta-feira. Há 2 anos ele chegou a ter 500 Neutrófilos e não fez (penso que com o médico dele, hoje também não faria), sendo que na semana seguinte, tinha recuperado espontaneamente. Se está a produzir Plaquetas e a série vermelha, atendendo à natureza da doença que bloqueia as células mãe, então produzirá glóbulos brancos. Mas não sou médico…
Resta-me ficar atenta pois este medicamento tem efeitos muito importantes quer imediatos quer a longo prazo.
O Dr. João diz que não há motivos para todos os sintomas (astenia, adinamia e cansaço) apesar dos valores de hemoglobina. Frisou que ele deve sair todos os dias para andar um pouco e fazer higiene mental.
Depois de nos despedirmos do Dr. João, viemos buscar o Diogo e fomos almoçar ao cais de Gaia, à Adega Presuntaria Transmontana. Muito bom! Mas o Jorge comeu mesmo mal. Tem muita falta de apetite. Deixa-me o coração apertado mas não quero insistir. Comeu um pouco de carne, bem passada, algumas batatinhas assadas e metade dos grelos salteados.
Só depois do prato soube que as sobremesas são self-service. Ah, minha nossa!!! E elas eram cá com um aspecto mas eu não tive espaço senão para um pouco de ananás, papaia e duas fatias muito fininhas de pão de ló (daquele bem húmido…) e de pudim Abade de Priscos (pelo qual sou capaz de andar quilómetros).
Vim trazer o Jorge a casa que já estava muito cansada e esverdeado. Estava muito calor, apesar de termos andado sempre pela sombra, a pé, no cais de Gaia.
Depois fui com o Diogo ao NorteShopping para comprar o meu champô e ir buscar presentes da BodyShop e da Natura, de que tenho cartão. Na segunda loja, as vendedoras muito simpáticas, mas estava lá uma senhora com ar mais pelintra que eu e quando ouviu o que eu ía dizer disse: “Ah, eu também recebi mas não vim!” “Ah, mas eu venho!” respondi. É por isso que mesmo gorda cheiro bem e a coitada, magra, tinha um ar enfezado. Trouxe dois presentes: um creme esfoliante para o corpo e um creme hidratante e ainda um creme para as mãos (farto-me de lavar a loiça, as mãos nem parecem as minhas) e um gel de banho, estes dois custaram 9 euros. Ora vejam lá se não vale a pena ter estes cartõezinhos. Fui à BodyShop, de onde são todos os produtos que uso na higiene. Os perfumes não. A generosidade é menor: 10 euros em qualquer produto. Mas é bom. Só que neste momento não tenho falta de nada e como posso ir buscar a minha oferta até dia 21 deste mês, depois hei-de ir buscar o que for mais adequado. Também de Ponta Delgada recebi um sms a oferecerem-me um jantar. Se eu estivesse lado não tinha esta oferta; nunca tive. Mas apaguei e não consigo lembrar-me de onde era. Tenho a cabeça em caldo: esquecida, distraída, apardalada (os outros objectivos ficam à vossa disposição de acrescentar).
O Jorge estava muito ralado por não me ter comprado nada. Mas se nem pode ir às lojas!!! Um dia destes quando a série branca melhorar, vamos comprar. Quero lá saber disso!!! Quero é que melhore.
Já em casa recebi a visita da Belém que costuma passar por aqui depois de sair da Associação. A seguir veio o Tiago, seu filho e foi muito bom. O Tiago e o Diogo são parecidíssimos num humor finíssimo e na protecção às mães. Que Deus os abençoe, sempre!
Ainda ontem o Diogo dizia que me queria ver hoje muito bem arranjada e nem pensar de fazer comida. Foi ele que fez a canja do jantar. Incentiva-me e orienta-me. Hoje, por exemplo, no NorteShopping, quis ir à Loja da Disney (uma magia!) e ele quis que eu entrasse no Castelo da Bela Adormecida. Mas eu queria lá “Ó homem, agora vou entrar ali…” “Vais sim, aquelas senhoras também foram e fazes anos hoje!” Muitos nos rimos. Não há palavras…
Mas não tenho muita (ou nenhuma) vontade de me arranjar. O que fiz mais diferente do que estes dias foi colocar perfume. Quando vou ao hospital não o faço, pois alguns doentes oncológicos toleram muito mal os cheiros, mesmo de perfume.
O Jorge jantou duas conchinhas de canja e não quis fruta, sequer.
Dizem que a temperatura vai aumentar de novo. Ah, não, não se aguenta!

P.S. - Não posso deixar de referir um email que só agora vi do meu querido amigo e colega Márcio Tavares. Fez-me vir as lágrimas aos olhos. Muito obrigada!!!
Já agora, digo também que acabei de tomar a minha medicação (Plaquinol e Dumyrox) e vou comer uma fatiazinha de pudim.