Nós

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

29 de Agosto de 2010 – Quinta de Dom José, Vila Verde




Saímos ontem pelas 12 horas de casa para virmos para a Quinta de Dom José que, acabara eu de saber ao confirmar a morada, fica em Vila Verde, um local que não tive oportunidade de conhecer há dois anos.
Ainda tínhamos de almoçar e a dúvida era se o faríamos já a caminho do coração do Minho ou ainda no Porto. Eu tinha muito apetite, bem como o Diogo. Assim, optámos pela Churrasqueira do Amial, o que se provou não ser uma boa opção. Escolhi Bacalhau à Gomes de Sá, mas estava horrível. Uma sra da mesa ao lado também não conseguiu. Depois, como já metade do pessoal está de férias mas tinha muita gente, nunca mais nos despachávamos. Só pelas 14 horas saímos de lá, a hora em que eu queria estar a fazer o check-in na Quinta para aproveitar o máximo. E ainda tínhamos de passar em casa porque nos esquecêramos de carregador de telemóvel e eu do próprio telemóvel (não adianta, não gosto de semelhante coisa…)
Depois de programar o GPS para Lage, Vila Verde, onde fica a Quinta de Dom José, verifiquei que não demoraria muito a chegar, se bem que seria por auto-estrada, o que não gosto nada porque me dá imenso sono, ainda para mais depois do almoço. A viagem fez-se sem qualquer incidente, tendo apenas parado em Braga para abastecer de gasolina. Estava era muito, muito calor.
Chegámos à Quinta. Eu vira na internet e ficara bem impressionada, considerando o preço/qualidade muito razoável. E tem piscina, o que para mim é muito importante. Já aqui escrevi que dêem-me uma comidinha e uma piscina e sou uma mulher feliz.
A casa da quinta, a partir do parque de estacionamento é sóbria e agradável. Abriram-nos a porta e entrámos noutro mundo. Fresquinho, o hall e ao mostrarem-nos a quinta, fui ficando cada vez mais agradada: o snooker, que não se paga (iupiiiii!!! Adoro) e que eu já sabia ter. Efectivamente já sabia das facilidades mas o Diogo não e para ele foram surpresas muito boas. E eu fiquei muito feliz por ele pois bem merece umas férias. Também tem bicicletas que se podem usar livremente e, virando à direita, lá está ela: a piscina! Ah, minha nossa, que coisa mais linda. E é tratada com sal marinho, não com cloro. Subimos para o nosso quarto. Agradável, mas aqui não é o que mais importa. Foi só despir e vestir o fato de banho. Aí vou eu que se faz muito tarde para umas braçadas de piscina. A entrada um pouco difícil não propriamente porque a água estivesse fria mas pela mudança de temperatura, uma vez que a ambiente estava sufocante. A piscina tem uma profundidade máxima de 1.85 o que é magnífica para mim pois posso nadar onde não tenho pé. O Jorge ficou nas cadeiras pois há dois anos o médico tinha dito para não tomar banho e não quisemos arriscar se bem que eu ainda o desafiei a sentar-se pelo menos na beira com os pés na água.
Saímos e viemos então para o quarto (já tínhamos arrumados os nossos pertences antes de irmos à água). A porta e a janela do quarto ficam virados para a piscina – todos os quartos ficam. Maravilhoso ir à janela ou ao terraço, onde estou agora e ter o jardim tão bonito com a piscina. Ah, até me cheirou a trópicos. Sinceramente, o espaço não fica atrás. Falta o “Tudo Incluído”, que apreciamos imenso por ser um grande descanso. Aí é que não dá para preocupar com nada. A Quinta de Dom José, sendo muito boa, só tem a possibilidade de pequeno-almoço; algumas têm de meia pensão ou de pensão completa mas preferi esta pelo que vi no seu site e acho que escolhi bem.
Depois de uma soneca houve que procurar jantar. Há algumas indicações de restaurante aqui perto mas como precisávamos de comprar água – cabeças de vento não trouxemos, fomos mesmo a Vila Verde. Encontrámos um mini-mercado jeitoso e depois fomos então procurar lugar para jantar. Havia um local que se chama “Rosa Dias. Cozinha Tradicional” e pensámos ser uma boa opção. Cozinha tradicional é connosco! Bem, não havia ninguém mas as mesas estavam postas. O Diogo perguntou à sra. se era possível jantar e ela “O que é que vocês querem?” Não foi desagradável, mas insólito. Dei sinal com a cabeça para sairmos. A sra. disse que podia “fazer uma bifanas, uns panados” e não sei quê mais. Agradecemos e saímos. Isto de não ter ementa mete confusão. Do outro lado da praça há uma Albergaria que tem igualmente pastelaria e restaurante. O aspecto era bom, a ementa à porta agradou e subimos. Como sempre vou à casa de banho. Por dois motivos: porque preciso (o motivo mais óbvio) mas porque me habituei a verificar assim a higiene do local. Impecavelmente limpo. Chama-se Restaurante Luena (a Albergaria e a Pastelaria têm o mesmo nome). O Diogo e o Jorge pediram medalhões que o empregado explicou serem acompanhados de batata a murro, castanhas e ananás. Fiz mal em não ter pedido o mesmo, pois eles gostaram imenso. Pedi Bacalhau à Braga. Não estava mal, mas há uma coisa que detesto na culinária actual: esta coisa que dá pelo nome de cozinha de fusão. Fusão de quê e para quê. E então sendo a nossa gastronomia maravilhosa fundi-la é despersonalizá-la e desvirtuá-la. Antes pedi uns pastéis de bacalhau. Divinos; desfazem-se na boca! Para sobremesa, lá estava ele, o tentador Pudim Abade de Priscos. E este é o melhor que já comi. Sem ser demasiado doce; por vezes é insuportavelmente doce. Este tinha a doçura adequada para um doce conventual sem nos afogar (às vezes é literal) em açúcar.
Viemos então para a quinta. Que linda e agradável à noite!
O Jorge foi ver o futebol no quarto e o Diogo disse que ía dar uma voltinha mas demorou. Não fui ter com ele pois não sabia se tinha ido andar de bicicleta ou se tinha feito conhecimentos e estivesse na conversa (Mal chegámos ficou a falar um bom bocado com o dono mais velho da quinta, penso que o pai do jovem que nos recebeu). Fiquei a ler.
Acabei por adormecer para acordar às 3h30m sem sono nenhum; ainda pensei vir para a rua, mas apenas espreitei pela janela. Li para mais de uma hora (não ando de relógio) e voltei a adormecer.
Acordámos às 9 horas para o pequeno-almoço. Eu estava muito curiosa pelo que lera de testemunhos no site.
Um pequeno-almoço abundante e variado. Sem ovos, bacon e outras coisas tais que não fazem parte da tradição portuguesa. Mas com pão, torradas, croissants, doces caseiros (pêssego, framboesa e laranja), sumo de laranja e sumo de melancia (este é muito agradável), morangos, uvas, melancia. E bolachas de chocolate, bolo de laranja, bolo de chocolate e queijadas de leite. Ainda tinha cereais. E leite, café, chá, água. Um repasto maravilhoso, saboroso e abundante. O Jorge ficou-se pelo básico, ele que é tão guloso não lhe apetece doces. Mas nada aqui tem comparação com o actual Hotel do Parque. E o preço de dois dias é o mesmo que pagámos por uma noite lá. Sim, foi na Romaria e, ao contrário do Jorge eu não me arrependo, pois só me arrependo do que não faço. Se não fosse não tinha ficado desiludida e sempre a pensar como tinha sido bom há dois anos. Há quem diga que não se deve voltar onde se foi feliz. Não concordo. Voltei a Salvador e ainda gostei mais da 2ª vez. E espero voltar a esta Quinta. Depois, as pessoas são de grande simpatia, a perguntarem se está tudo bem, se falta alguma coisa.
Para desgastar o pequeno-almoço fomos jogar snooker. Mas o Jorge depressa se cansou. Fiquei com o Diogo num jogo que nunca mais acabava – só às 13 horas. Porque eu sou um autêntico desastre a jogar. Mas gosto imenso. Quero lá saber de ganhar; gosto é de jogar. E raramente acerto. Mesmo jogando desde que posso há muitos anos. Nos clubes da Base não se paga e eu jogo desde jovenzinha. Mas sou boa numa coisa: a enclausurar o opositor de modo que depois de ter metido as bolas dentro começa a tirá-las e por quatro vezes o Diogo com todas metidas excepto as pretas, teve de as tirar para fora. Sem dúvida acabou por ganhar.
Partimos para o almoço, para o Restaurante Neves. Agradável mas como estava a fechar, já estava limitado nas escolhas. Escolhi costeleta de vaca grelhada com batata a murro (trouxeram frita) e eu deixei estar. O Jorge comeu o mesmo e o Diogo foi para vitela assada com batatinhas igualmente assadas; que batatinhas deliciosas.
De volta à quinta; cosa boa, que hoje estava mais de 30 graus. O carro marcava 36, e estava à sombra. Agora por isso, há um fogo aqui perto, pois vemos passar o helicóptero e o avião, além de já ter ouvido as sirenes dos bombeiros. Eu e o Jorge fizemos o que não se deve fazer: cama. O Diogo foi jogar snooker. Acordou-nos disfarçando a voz e dizendo que era o “serviço de despertar das piscinas Dom José”. Ainda o Jorge ficou na dúvida mas à medida que me dizia compreendeu que era o Diogo.
Foi então hora de piscina. Muito, muito boa. O Jorge voltou a ficar na cadeira à sombra de um guarda-sol que até tem um ar todo tropical por ser de palha. Todos são assim. Eu e o Diogo brincámos imenso dentro da água, até também com uma menina espanhola – todos os hóspedes, excepto nós e outro casal com uma criança (todos têm crianças) são espanhóis.
Fui então tomar banho de chuveiro.
Reparei que me surgiram mais manchas na perna direita, o que puxou a minha ansiedade mas que disfarcei. O Jorge já está apreensivo que chegue. Tenho tanta pena, pois não tira partido de nada. Tenho pena mas não o critico porque acho que acompanhar-nos já é muito bom. Eu nem o conseguiria.
Agora são 20h07m. A internet portátil que trouxemos não funciona aqui. Está uma tarde sem nuvens, uma temperatura maravilhosa. Tenho imensa pena de irmos embora amanhã. O Jorge faz análises amanhã e depois de amanhã tem consulta. Tudo o que ele quer é voltar para os Açores, “para a nossa casa, para a nossa rotina”, como está sempre a dizer. Vamos dar agora uma voltinha a conhecer a quinta.
22h15m
Fomos os três ver a quinta, o Diogo foi de bicicleta. Muito querida.
Saímos depois para jantar. Um Restaurante aqui perto estava fechado. Comprámos águas numa pastelaria lá perto e depois fomos a um restaurante de rodízio. Talvez por hoje ser Domingo não havia rodízio. Mas cheirava a ranço e nem eu nem o Jorge quisemos ficar. Dirigimo-nos então a um restaurante que fica aqui pertinho, o Plaza. Comida deliciosa, com uma salada de tomate e cebola temperada no ponto que eu e o Diogo gostamos. O Jorge não comeu. Por enquanto não come salada crua mas mesmo que pudesse possivelmente recusava. Parece uma criança daquelas biqueiras: não gosta de cenouras, da maior parte dos vegetais (só come couve e feijão verde). Mas, dizia eu, comemos uma comida deliciosa e pagámos metade do que ao almoço e ao jantar. Devia ter sido o primeiro lugar a ir… Mas ficamos a conhecer. Estou maravilhada com isto tudo. Abençoada terra.
Aqui ao lado estou a partilhar o link para a Quinta de Dom José pois acho que vale muito a pena. E gosto de partilhar o que vale a pena. E já agora, quem passar por aqui, vá comer ao Plaza. O Neves é capaz de também valer a pena, mas como eu disse antes, estava já limitado por estarem a fechar.
Agora ao chegar à Quinta fui colocar um pé na piscina e a temperatura está deliciosa. Só não me meto porque comi muito bem.
Até um dia, Quinta de Dom José.

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