Nós

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terça-feira, 14 de setembro de 2010

De volta ao trabalho e o meu carrinho de volta - 14 de Setembro de 2010


Ontem recomecei a trabalhar.
Foi tão bom rever as amigas e colegas e receber os seus abraços.
E também as funcionárias.
Eu gosto mesmo desta Escola.
Também dos alunos tive manifestações de carinho.
Não vou citar nomes de ninguém para não provocar melindres mas as pessoas sabem quem são.
Obrigada! Obrigada!
Ontem eu tinha a sensação de que tinha saído há pouco tempo mas, por outro lado, há muito. Muita dificuldade de concentração e de dar prioridades.
Ainda estive com a Lúcia, a colega que me substituiu na introdução ao semestre e depois diz a introdução à unidade curricular de que sou titular. Mas não era eu.
No gabinete não sabia o que fazer primeiro e acho que não devo ter feito muita coisa de jeito.
Foi a Patrícia Ferreira que me levou e me trouxe uma vez que o meu carro ainda não chegara e hoje também me veio buscar.
Já hoje fui capaz de começar a trabalhar com alguma eficácia e a sentir-me mais ambientada.
Tão bom estar de volta ao meu gabinete que partilho com a Susana e é uma alegria. Penso que deva ser um dos gabinetes mais divertidos da Escola. E assim o trabalho rende; não há como alegria no trabalho! A sério, sem bom ambiente tenho muita dificuldade. A Susana é uma colega com quem partilhei o primeiro gabinete quando cheguei à ESEnfPD faz hoje 18 anos. Depois andámos por gabinetes diferentes e agora voltamos a estar juntas.
Telefonaram para dizer que o meu carrinho tinha chegado.
Também o Diogo voltou com a Verónica do Nordeste e foram connosco buscar o nosso Clio. Está cheio de salitre e amanhã sem falta tem de ser lavado.
Ainda falta os caixotes, mas tudo vai retomando o seu lugar e ritmo, graças a Deus!
Ontem e hoje o Jorge foi a pé até à Escola. Hoje chegou mais cansado mas possivelmente porque andou mais depressa. Mas é bom, muito bom.
Faz calor nesta linda ilha e nesta maravilhosa cidade. Não perdi completamente o Verão.
Deus é bom e é Pai!

domingo, 12 de setembro de 2010

Rever o meu netinho Rodrigo e conhecer o novo, Tiago - 11 de Setembro de 2010




O almoço foi cozido à portuguesa. Fez a minha mãe e eu, o Jorge e o Diogo adorámos. Não comíamos um manjar destes há séculos. Havia também melancia. Que deliciosa. As melancias de São Miguel são as melhores que já comi neste mundo do qual já conheço algumas partes.
A Verónica veio e levou-nos a casa do meu filho Sandro. Estava mortinha por conhecer o meu netinho que ainda não conhecia e rever o Rodrigo que já vai fazer 6 anos. O Rodrigo está lindo! Moreno, com uns profundos olhos escuros e umas grandes pestanas. Tudo nele é bonito (o.k., sou suspeita mas é verdade; acho que quem conhece confirma…). O Tiago vai ser mais branquinho, mais o pai, com as feições tão perfeitinhas. Adorei estar com ele ao colo. Ah, soube tão bem, a tranquilidade que transmite. Quando comecei a falar com ele acho que ele se riu para mim (o.k., pode ser devaneio maluco de avó mas parecia mesmo). Foi tão bom, tão bom. Tive oportunidade de lhe dar o biberon. Ah, acho que só quem é avó compreende. Quis fazer o possível por não dar mais atenção ao Tiago do que ao Rodrigo mas não estou certa se consegui. Todo o cuidado é pouco para que o mais velhinho não se sinta preterido.
Agora à noite não me apetece jantar. Vou comer fruta.
O Jorge jantou e o Diogo foi a casa da Verónica. Estou a ver a eleição das 7 Maravilhas de Portugal. Parabéns a quem escolheu este paraíso que é São Miguel-Açores. Como dizia uma ex colega minha há anos, de Lisboa, ela nunca estivera num local tão bonito como esta ilha. Sem dúvida! A ilha dos meus antepassados. Tenho a minha genealogia feita, da parte materna e paterna até à 10ª geração e são todos micaelenses. Eu nasci na Terceira mas porque os meus pais foram para lá viver. É igualmente uma ilha com belezas, com uma cultura riquíssima, esta sim, sem dúvida, com uma das melhores gastronomias e doçaria (esta possivelmente a melhor ou, pelo menos, a que mais gosto) do país. Mas belezas naturais, neste mundo, não há como São Miguel. Na minha opinião que vale o que vale, claro.
Das maravilhas a concurso, gostaria que ganhasse a Lagoa do Fogo, a minha preferida.
Ninguém se lembrou da Praia da Vitória, o maior areal dos Açores. Mas aqui estou, possivelmente, a ser mesmo parcial, pois é a cidade onde nasci e vivi a minha adolescência e que muito amo.
O espectáculo está a ser de uma grande qualidade, sem dúvida!
23h51m - As 7 Cidades ganharam e bem! Hurra!
00h00m – E ganhou o Pico. Muito bem!
00h10m – E a Lagoa do Fogo não ganhou…

sábado, 11 de setembro de 2010

Lar, Doce Lar - 11 de Setembro de 2010





Ontem às 10 horas estávamos já à espera no serviço de Onco-hematologia. O Dr. Mariz chegou e disse ao Jorge para entrar logo. Como as análises estavam feitas de véspera, estavam prontas.
Eu tinha acordado algo ansiosa e à medida que o tempo avançava, estava mais, mas sem dar a notar.
Afinal não havia necessidade. Valores: Plaquetas - 128; Hemoglobina – 10.7; Leucócitos – 3.030; Neutrófilos – 1.790. Dado aval para regressarmos a casa nos Açores com a próxima consulta a 29 de Outubro porque o médico se vai ausentar na semana anterior. Entretanto, faz umas análises. Se não tiver consulta no Hospital de Ponta Delgada, vamos à privada. Ainda fez 1 injecção de Neulasta.
Quando saímos da consulta já a Dra. Sílvia, a assistente social, esperava por nós. Uma querida! Tão bom ver profissionais assim.
Às 11 horas estávamos despachados do Hospital. Faltava fazer mala e entregar o carro no porto de Leixões. Lembrei-me de telefonar para a SATA e disseram que o voo era às 22h10m e tinha lugares. Não pensámos duas vezes: para casa, já! E decidi que iria apenas dizer à Verónica e fazer surpresa a todos os outros uma vez que apenas contariam connosco hoje.
Mandei sms aos amigos e amigas e a Leonor, a Susana e a Patrícia ligaram de volta. A maioria mandou sms de volta. Tão queridos!
A partir daí foi o corre, corre. Fomos almoçar ao Ar de Rio no Cais de Gaia, depois fui ter com a Belém despedir e deixar dinheiro da estadia. De seguida, entregar o carro no porto. Que confusão, credo! Decididamente não gosto de portos. Fico sempre irritadíssima se bem que não sei qual é o fenómeno. Fomos então fazer as malas, dar um beijinho à Belém e aeroporto.
O Jorge só dizia de vez em quando (e eu também): “Vamos para casa!”
O avião saiu na hora, a viagem foi bastante boa e quando chegámos lá estava a Verónica. Disse que o Diogo estava no carro, que fossemos devagarinho pois ele estava adormecido e pensava que eram turistas que estavam a chegar para a Quinta de Santa Rosa. Bem, eu bati nos vidros e ele acordou e deve ter pensado que estava a sonhar.
Na aproximação, pela primeira vez vi as portas do mar à noite. Lindo! Esta terra é linda e foi tão bom começar a vê-la lá de cima. Confesso, enquanto o avião rolava na pista, chorei.
Quando chegámos a casa a minha mãe já se recolhera aos seus aposentos e fiquei sem saber o que fazer, pois não queria assustá-la. Combinei com a Verónica e ela foi dizer à minha mãe que viesse à nossa sala pois havia pessoas da igreja que tinham vindo falar com ela. Coitada da minha mãe; pensou que era alguém que tinha falecido. Afinal, quando chegou à sala eu e o Jorge estávamos sentados. Foi a festa!
Quando o Jorge se sentou na nossa sala, disse: “Olha o meu cantinho!” e eu “Olha a nossa televisão!”
Fiquei na conversa com a minha mãe até à 1 hora e depois tive mesmo de ir para a cama pois estava a dormir em pé.
Quando cheguei ao quarto, estava o Jorge com um pijama que lhe comprei quando estava internado e sempre disse que só o vestia quando chegasse a casa.
Dormi com pesadelos e acordei com dores no ombro. Não sei se pelo clima ou se pelo nosso colchão que é duro. Tenho de comprar outro…
Chovia quando acordei, pelas 9 horas mas logo clareou. Ainda bem que já cá estamos. Telefonei à Solange e vamos lá à tarde quando o Sandro já estiver em casa.
Estou a preparar material para apresentação da unidade curricular de que sou titular mas o guia do ano não porque ainda não tive oportunidade de falar com a minha colega que me ficou a substituir na coordenação do ano.
Hoje é a eleição das 7 Maravilhas de Portugal, a partir daqui de Ponta Delgada. Não temos carro e estamos no conforto do nosso lar. Depois a Verónica vai levar-nos a casa do Sandro.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Até já, filho!… – 9 de Setembro de 2010




Chegou o dia do Diogo regressar a casa. Tem de ser; as suas aulas começam para a semana e ele necessita de uns dias para se reambientar a casa e ao meio.
A minha mãe chegou ontem. Que a nossa vida retome ao normal!...
Mas não é fácil. Foram 3 meses de partilha intensa, de momentos menos bons e de outros bons, até porque o Diogo tem o dom de fazer com que o que é mais difícil se torne mais fácil. Por isso vê-lo partir foi complicado mas, claro, não mostrei. Não tinha esse direito, de o fazer sentir com o coração pequenino porque ele já fez por nós e especialmente por mim mais do que muitos filhos fazem toda a sua vida. Não me canso de pedir a Deus que o abençoe pois ele merece de tudo do bom e do melhor neste mundo. Bolas! Já estou a chorar (consegui aguentar até agora; daí que escrever seja tão importante). Recordo as vezes que ele me fez rir, me fez comer quando a comida não queria passar, que me puxou para trás quando queria comer o que não devia, que me massajava o ombro até me tirar as dores.
Antes de o deixarmos no aeroporto fomos almoçar mas ele não gosta de comer antes de viajar e só comeu uma sopa de legumes. À despedida ele disse: “Têm de voltar daqui a 2 dias!”
Deixámo-lo no aeroporto e depois fomos buscar um carro de aluguer. Sim, porque se tudo estiver de modo a podermos voltar para casa no Sábado, temos de deixar o carro no porto de Leixões amanhã entre as 14 e as 18 horas.
O Jorge está muito certo de que voltaremos no Sábado. Prefiro ser cautelosa porque há 2 anos foi uma desilusão o adiamento necessário. Prefiro estar com as possibilidades em aberto. Mas claro que também tenho esperança. Não quero é dar como certo. Porque na vida cada vez mais as coisas são incertas. Mas ele diz que se sente melhor do que há 2 anos. Eu também acho.
Trouxe o nosso carro com o GPS mas arranjei modo de me perder… Fui a Lidl comprar pão e iogurtes e foi muito estranho ver as coisinhas que o Diogo comprava como as saladas, o ice tea, etc. Entretanto o Jorge foi ao Instituto Cuf buscar a minha mamografia que fiz na véspera de ele ser internado e nunca fui buscar. Mesmo perdendo-me e indo ao supermercado cheguei a casa primeiro que ele. Tentei telefonar-lhe mas o telemóvel estava desligado quando tentei contactar, de modo que quando chegou a casa eu já estava muito ansiosa. Por isso e pela partida do Diogo, claro. Tive de tomar um Metamidol.
Depois, contando com a hora de sms do Diogo a dizer que estava a embarcar, já tinham passado mais de 2 horas e meia e comecei a ficar aflita. Ía ver no site da ANA ou da SATA mas ele telefonou. Chegou bem, teve boa viagem e o tempo nos Açores está muito bom.
Mantemo-nos por aqui em casa e talvez logo vamos à Feira Medieval em Leça do Balio. Ainda propus ao Diogo ficar para ver porque começa hoje mas compreensivelmente ele quis ir embora. É que esperar por nós e depois acabar por ir só, assim foi preferível. Já está lá, com a conta de Deus.
Estou a preparar algum material para o início do ano lectivo, na esperança de estar na Escola na segunda-feira.
Ontem despedi-me da Leonor e estive um pouco com a Belém.
Só fazemos as malas mesmo depois da certeza. Assim, tendo o aval médico, vamos ter com a assistente social, depois entregar o nosso carro e então dar os retoques finais na nossa ida. Isto é o que temos planeado.
22h57m
Na internet fui ver a programação da Feira Medieval aqui de Leça do Balio. Mas não me apelou. E apareceu-me a Feira de Artesanato e Gastronomia de Vila Nova de Famalicão. Estivemos há 2 anos e o Jorge acedeu logo em ir talvez por me ver desanimada.
Fomos e gostámos bastante.
Jantámos comida alentejana: eu, salada de orelha e pezinhos de coentrada e o Jorge a mesma salada e posta de vitela grelhada. Estava tudo muito bom.
Depois vimos a feira toda e viemos embora.
Nunca vi tanta gente junta. Já digo como uma amiga minha: onde está a crise?

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Voltando do paraíso – 6 de Setembro de 2010




Ontem não relatei o seguinte:
Ao final da manhã estávamos no terraço quando vejo algo surreal: dois aviões aos círculos. Eram dois canadair e imediatamente compreendemos que estariam a combater fogo. Então, eles iam àquela parte do rio abastecer água. Durante horas aconteceu. Um espectáculo interessante, se bem que o motivo seja muito triste. Houve um momento que até um dos aviões amarou (seria mais arriou…) ao lado de um barco de turistas que primeiro não devem ter ganho para o susto e depois devem ter achado interessante… digo eu.
Fomos para a piscina depois das 16 horas e a água estava uma delícia. Difícil era sair de lá de dentro.
Ao jantar o casal, Carlos e Joana, conversaram connosco. São extremamente simpáticos.
Esta noite dormimos com a cortina japonesa para cima. Que magnífico adormecer com a vista do Douro em baixo (a janela é baixa) e com as luzes de Resende em cima.
Hoje ao acordar, lá estava o rio. Coisa mais linda!
Tenho que dizer que dormi como um bébé nestas duas noites. Acho mesmo que ninguém consegue ficar deprimido ali!
Fomos tomar o pequeno-almoço e depois despedimo-nos. A Joana tinha ido para o seu emprego, já nos despedíramos ontem e hoje despedimo-nos do Carlos. Ele é tão simpático. Tivemos muita pena de vir embora, mas tem de ser, pois uma nova etapa estará a começar, se Deus quiser: a do nosso regresso a casa.
A despedida foi como se fossemos amigos há muito. E em Portugal encontrei um lugar que me faz suspirar tanto como o Iberostar Praia da Forte: a Quinta das Quintãs. É o paraíso.
O dia está pouco simpático, nublado e já choveu.
Não tive consulta com o Dr. Jorge Ascenção porque ele não pode.
Fomos comprar caixotes para empacotar as coisas.
Está frio e parece que estará assim até o Diogo ir embora. Já contactei o transitário para saber como será o transporte do carro e dos caixotes com livros e outras coisas que comprámos aqui.
Já falei com a Solange. Estão bem! Ela diz-me com a sua graça, quando lhe disse a quantidade de livros que levamos, que precisamos comprar uma casa nova. Ora se não. Bem queríamos!
O jantar de hoje é frango de churrasco com arroz, comprado. Para sobremesa há melão e uvas, pretas e brancas que trouxemos do Douro. Sai baratíssimo e tenho de continuar a descansar pois em chegando a São Miguel há imenso que fazer.
Os dias já fazem imensa diferença. Anoitece cedo.
O Jorge ainda tinha vontade de dar um passeio à noite. Credo, sossega, homem, que estou cansada de tanto andar de carro.
Chegou um casal aqui ao lar. São simpáticos.

Pelos Caminhos do Douro – 5 de Setembro de 2010




Dia 2 dirigimo-nos a Sabrosa. A partir do IP4, começamos a andar “nas alturas”. Quando um sinal de trânsito diz “Travar com o motor”, começo a ficar mais ansiosa do que desejaria. Foi o Jorge que levou o carro. Já se apoderou do lugar de condutor!
As indicações do GPS não ajudaram completamente porque há estradas fechadas. Mas acabámos por chegar ao Solar dos Canavarros. Fiquei algo desagradada por me aperceber que era hotel e não turismo rural. E estava muito cansada da viagem e de andar às voltas. Mas depois de entrar no quarto e ainda mais na piscina, fiquei muito mais agradada. É um lugar muito limpo (a piscina nem tanto) e agradável. As pessoas são simpáticas. No dia da chegada foi desfrutar da piscina e descansar. Depois fomos jantar a um restaurante (tipo ?) ou churrasqueira (tipo ?). Escolhi posta à maronesa mas não gostei nada. Sabia apenas a carne sem qualquer tempero. Fomos para o hotel depois de uma pequena volta e perguntei à recepcionista o que havia para ver nas redondezas. Ela deu um mapa e fez uns esquemas e decidimos no dia a seguir ir ver as aldeias históricas, os miradouros e Pinhão.
No quarto, com plena captação de sinal de internet, decidi uma loucura mais, procurar um local, agora sim, de turismo rural para os dias de 4 a 6. Várias vezes passei por uma quinta que me chamava a atenção apesar do preço dar que pensar. Mas raciocinei que não indo à Tunísia (estaríamos de partida dia 9), poderia arriscar. E assim fiz. O Jorge não concordou nem discordou mas depois de marcado e já sem poder desistir, reparou que não tinha medicação suficiente até ao dia 6 e teríamos de ir ao Porto antes de ir para Baião, Quinta das Quintães. O Diogo ficou satisfeito por assim ter mais roupa pois levara apenas para 2 dias.
No dia seguinte levantámo-nos para o pequeno-almoço. Muito básico, mas com o melhor pão que já apanhámos aqui no Norte onde o pão na prima pela qualidade (apesar de não ser o alimento que contribui para o meu peso, sei apreciar quando é bom e quando não é). Depois seguimos para a primeira aldeia histórica. Os caminhos eram estreitos e no alto de montanhas sem qualquer protecção. Dei comigo a agarrar-me ao chão do carro e a travar. Não acredito muito que descendamos de macacos mas comecei a duvidar quando me apercebi que os meus dedos dos pés se dobravam para me agarrar. Foi vertiginoso. A paisagem é bonita mas esmagadora. E assustadora. Entrámos na aldeia e não vi os solares em ruínas. Também não procurámos muito. Decidimos ir ao miradouro. Outra viagem de tirar a respiração e de eu me agarrar com os pés ao fundo do carro e com as mãos à porta. Não abro boca nestas ocasiões mas o Diogo tirou-me uma foto que mostra bem o meu medo.
O Miradouro é bonito, sim. Quer dizer, a paisagem que de lá se vislumbra. Descemos ao Pinhão. Interessante mas a um café que fomos, reparámos que a simpatia é pouca. Voltámos directamente para o hotel porque a minha capacidade de andar pelas alturas estava desfeita. E em pouquíssimo tempo chegámos ao hotel pois fica apenas a 16 Km. Tínhamos levado mais para ver o que nos propúnhamos. Decidimos almoçar no hotel. Escolhi um dos pratos do dia que era Bacalhau à Brás. Nunca o comi tão bom. Começámos a pensar se não deveríamos jantar lá também. Mais tarde no quarto reparei que o único restaurante que na vila vem na internet é mesmo o do hotel. Assim, depois da sesta, eu e o Diogo fomos para a piscina. O Jorge não teve coragem por achar a água fria. E não insisti pois algo que estava de manhã na água, às 5 da tarde continuava lá. Ao jantar escolhi grelhada mista e, apesar do tempero ser bom, achei muito gordurosa e mal passada.
Entretanto saíra a sentença do Processo Casa Pia e eu estava mal disposta e enojada porque sempre acreditei na inocência do Carlos Cruz.
Depois do jantar jogámos uma partida de snooker e tirámos fotos pois o hotel é deveras bonito. Fui para o quarto e fiz serão com os meus jogos do Facebook. Como tinha umas bolachas decidi que não me ía levantar cedo para o pequeno-almoço do hotel que não valia o meu sacrifício.
No dia seguinte ainda acordei a tempo do pequeno-almoço; o Jorge e o Diogo foram mas eu não quis mesmo ir. Fiquei a tomar banho e a arrumar as coisas. Depois foi o check-out.
A viagem para o Porto já não foi tão impressionante porque os precipícios ficam no outro lado da estrada. Entrámos um pouco em Vila Real que me pareceu uma cidade mais engraçada do que vista de longe.
No Porto entrámos em casa rapidamente para buscar o que era necessário e depois fomos almoçar à Churrascaria de Monte Burgos. Apesar de ficar muito mais perto de casa do que a do Amial (esta agora fechada para férias), preferimos sempre esta pela simpatia e pelo serviço. Isto para mim conta muito e onde sou bem tratada fico cliente. De facto, uma vez mais reparámos que o serviço de Monte Burgos não é nada simpático apesar da comida ser boa.
Findo o almoço colocámo-nos logo a caminho da Quinta das Quintães. A confirmar o que diz nas apreciações do Booking, não é fácil de encontrar, mas do centro de Baião telefonei para a quinta e a senhora deu-me indicações. De novo cheguei muito cansada e até desorientada – de novo. O caminho é sem qualquer protecção, mas apenas entre a estrada nacional e a quinta, cerca de 3 Km. Havia muitos rapazes a jogarem à bola na piscina. E não dávamos com a entrada. Mas depois demos, os donos apresentaram-se e a proprietária foi mostrar-nos o apartamento. Enorme para nós 3 com 2 quartos, kitchenette, sala, casa de banho. E, como toda a quinta, uma vista deslumbrante sobre o Douro. De cortar a respiração. Tanto que agora ao escrever isto me apercebo que não li, não usei a internet (também por falta de acesso) porque fico pasmada a olhar para a paisagem, a ver os barcos, o comboio, cada pormenor. É um filme ao vivo. Do outro lado fica Resende. É tão lindo, tão lindo!
A primeira coisa que fiz com o Diogo foi ir para a piscina. O Jorge estava muito cansado e ficou a descansar, mas depressa foi ter connosco. Mas não teve coragem de entrar na água porque a achou fria. Eu e o Diogo divertimo-nos o possível porque vários rapazes jogavam à bola na água. Viemos depois para o terraço do nosso apartamento e ficámos deslumbrados, cada vez mais. Aí, eu perguntei à senhora onde podíamos jantar, ela deu indicações e eu marquei para jantarmos hoje aqui já que não queríamos sair, de modo a aproveitar ao máximo.
Fomos jantar onde nos recomendou: Gentleman II (o nome parece estranho). Uma delícia! Finalmente comi posta mirandesa que nem se descreve de tão boa. O Diogo também diz que foi a melhor refeição que fez fora desde que cá está. O Jorge comeu pizza porque diz que está farto de carne. Comprámos depois umas frutas, pão de forma e presunto para o almoço de hoje. As uvas eram deliciosas! Que terra maravilhosa esta. Só gostava que pudéssemos estar a aproveitar melhor o apartamento pois pagávamos o mesmo e a minha mãe ía adorar isto, com certeza. Não pode haver quem não goste.
Hoje o jantar foi aqui na quinta, delicioso, desde as entradas com um paté de azeitona e quiche de espinafres até ao gelado de morango (uma delícia) passando por strogonoff de frango com arroz de caril e bolinhas de cenoura.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Com a expectativa de voltar para casa – 1 de Setembro de 2010




Ontem foi dia de consulta e como as análises tinham sido feitas ante-ontem havia já resultados do doseamento da ciclosporina. Estavam dentro dos normais e, consequentemente, os valores de magnésio melhoraram. Os valores hematológicos essenciais eram: Hemoglobina – 9.8 (que o médico disse que apesar de ser mais baixo 0.4 relativamente à última consulta, não é de valorizar, de todo); Plaquetas – 103; Leucócitos – 3.8 (já acima dos valores mínimos aceites em hematologia que são 3.5) e Neutrófilos – 2900. Aqui há uma melhoria importante que é o aumento e manutenção dos dois últimos valores (série branca) sem necessidade de indução de produção. Então o médico, atendendo que o ano lectivo da minha Escola começa a 13 e aceitando que há alguma segurança em irmos embora, combinou connosco como queríamos fazer. O Jorge terá a próxima consulta a 10 porque o médico vai ausentar-se 4 dias e se não houver diminuição de valores, vamos para casa (!). Com a contraproposta de virmos mensalmente para um controlo e vigilância apertados. Eu também prefiro assim. Desta vez haverão muitos cuidados e de modo nenhum o Jorge ficará 3 meses sem fazer análises, nem que eu faça por minha conta na privada, isto quando atingir estabilidade, claro!
Assim que cheguei a casa marquei viagem para o dia 11.
Avisei todas as pessoas amigas e foi muito bom ter as suas respostas. Bem-hajam. Como o meu telemóvel anda cada vez mais doido o Jorge quer mesmo que eu compre um. Já vi qual quero mas não encontrei ontem. Hoje a Adília conseguiu falar comigo; ontem não conseguiu devido às doideiras do meu telemóvel.
Propus ao Jorge ir fazer a viagem de Metro que ele queria fazer mas ele não quis. Preferiu ir ao cinema, ver o Marmaduke, que ainda está no Arrábida Shopping. Estranhamente, vi-o sempre apreensivo. Tentei animá-lo e depois de instigar bastante, acho que melhorou mais o seu estado de ânimo. Claro que eu também estou apreensiva mas já se sabe, há “aquela” máscara. O filme foi interessante… Compreendi depois porque é que o Diogo não quis ir ver 2ª vez – ele foi ver o Aprendiz de Feiticeiro. Tirando o cão que é engraçado, é tudo uma grande canastrice. Mas o importante é que o Jorge gostava de ver o filme e ainda o viu!!!
Cheguei a casa, depois de andar pelo Shopping completamente moída. Sinto-me como um maratonista (tenho feito muitas maratonas…) que não tem forças para chegar à meta mas sabe que tem de chegar. Para ajudar, fiz depilação (salvo seja), à gilete, antes de ir para Vila Verde. Pois, ou foi uma alergia ou o que seja, tenho um prurido que me põe quase maluquinha (como se eu já não tivesse motivos de sobra…).
Hoje acordei depois de uma noite cheia de pesadelos (para ajudar a descansar…). O Jorge foi comprar-me algo para aliviar o prurido. Ele deve ter contado o que eu fizera pois eu pedira Fenistil e ele traz-me um after-shave (lol) da Avène. Acalmou, sim senhor. Mas tem um cheiro que quase me fez vomitar. Não quero ser antipática nem mal agradecida, pois ele foi buscar, trouxe o que era melhor, aplicou-me mas eu já arrumei, pois não quero ver mais semelhante coisa à frente. Que pivete!
Estou assim com a cabeça aluada. Ao jantar, o Jorge acabou primeiro, como sempre. Eu a seguir e, para o Diogo não se pôr a arrumar a cozinha, comecei eu. Mas o miúdo ainda comia e eu deitei a comida fora quando ele queria repetir. Morrendo de vergonha e embaraço, foi como fiquei. Bem, ele vingou-se (lol): preparou crepes de chocolate com gelado de baunilha para ele mas não para mim…
Vamos a ver se descanso um pouco nos dois dias que vamos para Sabrosa. Depois de falar com a Belém que já lá esteve e com a D. Olinda que é de Chaves, fiquei com vontade de prolongar a estadia mais um dia. Mas quando fui fazer a reserva, o último quarto tinha sido vendido há… 1h30m. Paciência. Não me vou por a conhecer a região mas a aproveitar para relaxar e descansar. É que quanto às minhas viagens, se uma semana é pouco para quem atravessa o Atlântico, duas noites é pouco para quem anda tanto de carro. Fico muito cansada de andar de carro.
Vamos a ver.
Não estou a conseguir fazer bem o que o Dr. Jorge me propôs mas neste momento mudar os meus hábitos alimentares não é a minha prioridade. E a sair para uma quinta a evitar certas coisinhas que adoro, no mínimo é masoquismo. Se bem que agora à noite troquei a sobremesa doce por fruta, uma óptima nectarina. Ontem jantei fruta: melancia, uvas e pêssego. Mas a melancia não valia nada. Ah, as de São Miguel são maravilhosas!
Acho que estou bêbeda. O Jorge e o Diogo fartam-se de gozar comigo, mas estou capacitada disso. Eu explico: ontem por causa do prurido esfreguei as pernas várias e abundantes vezes com álcool. Deve ter entrado na corrente sanguínea, pois estou esquisita… Só mesmo eu para me embebedar pelas pernas!