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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Viana, em tempo de crise - 23 de Agosto de 2010




Ontem saímos de casa logo pela manhã. O destino era a Romaria da Nª Srª da Agonia em Viana. Adoro Viana e há 2 anos adorei a festa.
O dia não prometia em termos climatéricos pois estava nublado.
Fomos devagarinho que a idade de eu conduzir de prego a fundo já passou há muito.
Como ainda era muito cedo passámos Viana e fizemos um jogo que fazemos por vezes – nem sempre com resultados satisfatórios: contar “n” restaurantes à direita ou à esquerda e parar ao fim desse número. Ontem seria o 5º à direita, depois de sair de Viana.
O Jorge tinha saído de casa ensonado, no seu estado “amarrado” mas ficou mais animado durante a viagem e com este jogo. Bem, o 5º restaurante ficava em Vila Praia de Âncora e não nos agradou muito. Resolvemos que seria o próximo. Mas este não tinha estacionamento e voltámos a caminho de Viana. Parámos então no Mariana, em Afife, onde estivéramos há 2 anos e gostámos.
Em dois anos achámos muita diferença. Para já a senhora que nos veio receber à mesa de simpática não tinha nada. Quer dizer, até tinha, para quem comprava marisco ou os pratos mais caros. Nem comentei com o Jorge ou o Diogo para não criar mau ambiente. A comida perdeu muita qualidade. A crise chegou à qualidade e ali chegou também à qualidade de atendimento por aquela senhora.
Viemos para Viana, o mesmo hotel onde estivemos há 2 anos. O check-in foi muito rápido, quarto 201. Bem, o Diogo ficaria com os pés de fora. Ainda propus que ficasse na cama com o Jorge, suficientemente grande. Eu ficaria na cama extra. Mas ele não quis. Não compreendo: pagamos um quarto triplo mas descobrimos que não só a cama é diferente como só tem uma toalha. Não tem toalha de rosto nem de bidé.
A casa de banho cheirava a esgoto.
Fomos para a festa, depois de uma sesta. O tempo piorava. Andámos à procura de um restaurante para jantar. O Jorge interessou-se pelo “Covas” que não conhecíamos. Foi uma agradável surpresa. Preços muito acessíveis e uma grande simpatia de todos os empregados e do dono. Começámos por ficar na esplanada mas começou a chover, a chover e acabámos no balcão quer os lugares que havia. Mas foi muito divertido.
Depois viemos pela festa fora e começou a chover bem.
No hotel descansámos um pouco e reparei (e disse) ao Jorge que ele não estava cansado (e andámos mais de 1 Km para cada lado). Ele confirmou e que também não tinha dores nos pés, coisa que o apoquenta muito.
Acabei de ler o livro “O Cavaleiro da Armadura Enferrujada”, que o Dr. Jorge Ascenção, psicólogo com quem estou a fazer psicoterapia me aconselhou a ler. Muito, muito bom. Aconselho.
Na hora do fogo fomos para o terraço. Chegou-se a pensar que seria cancelado devido à chuva mas houve na mesma. Mas também aqui se verificou a crise. Menos tempo e mais pobre que há 2 anos. Ainda pensei que fosse impressão minha por já não ser novidade mas ouvi outras pessoas dizer o mesmo.
Dormi relativamente bem, tendo acordado a meio da noite sem sono mas obriguei-me a dormir para não acender a luz e acordar o Diogo que não tolera qualquer luz no quarto.
Fomos tomar o pequeno-almoço às 8 horas e bem, aqui ficou confirmada a crise do hotel que era muito jeitoso. Havia café, leite, refresco de laranja (horrível!), manteiga, doce de morango, papos-secos, croissants e pão de leite. Também havia chá e cereais tipo corn flakes. Em lado nenhum isto é um pequeno-almoço de um hotel de 4 estrelas. Soubesse eu que era assim e tinha ficado a dormir que bem me apetecia.
O Jorge e o Diogo quiseram logo vir embora do Hotel. A proposta dele era que viéssemos na calma pelas praias. Ainda fomos ao Natário, mas não havia bolas de Berlim; só às 11h30m e eram 9 horas. Fomos andando pelas diferentes praias e aproveitámos para dar uma espreitadela por alguns hotéis que tínhamos debaixo de olhos. Não nos engraçámos, mas também chovia e estava tão cinzento que acho que dificilmente algo agradava.
Chegámos a casa e fiz o almoço para o Jorge: salada de feijão-frade com atum e ovo. O Diogo não quis e para mim fiz uma sandes de ovo cozido porque não gosto de feijão-frade nem de atum.
Depois fui descansar com o Jorge e acordei para a consulta do Dr. Jorge. De novo volto a verificar que uma pessoa tão nova – podia ser meu filho pois é mais novo que o Sandro – consegue ser tão bom psicólogo.
Quando voltei para casa foi o horror da notícia do choque em cadeia. Passaram a mesma notícia tanta vez! Que horror, puxa ao voyerismo quase. Já se ouvira. Já não podia ver mais. Uma pessoa não pode fazer nada e vê todo aquele horror e coloca-se na pele daquelas pessoas.
É que as pessoas não têm cuidado nenhum. Hoje eu vinha a 60, 70 Km/hora e dei por mim com um BMW tão colado a mim que se eu travasse um pouco que fosse ele batia-me e possivelmente provocava uma situação em cadeia. Naquela altura fiz o comentário e o Diogo olhou para trás. O condutor deve ter percebido pois foi mantendo a distância e felizmente saiu logo mais adiante.
Em resumo, a crise está aí. Económica mas não só. Como dizia o Diogo se no Mariana querem que as pessoas continuem a ir não é com comida daquela nem uma empregada assim.
O Hotel, é uma pena ter perdido a qualidade. Mas aumentam o preço. É isto que temos. A continuar assim, daqui a algum tempo, se calhar é um hotel que fecha como tem acontecido a vários. E era bastante razoável.
A relação preço/qualidade do Hotel do Parque e do restaurante Mariana necessitam de ser revistos. Por nós já revemos: fecharam-se duas portas pois não voltamos. Um restaurante como “O Covas” tem uma óptima relação preço qualidade e ficaremos clientes.
Já fui a Viana em todas as estações do ano. É a cidade fora dos Açores, quero dizer, excluindo Ponta Delgada que é a minha terra do coração e a Praia da Vitória que é do nascimento, que mais gosto. Pois nunca lá tinha estado com um tempo destes. Mesmo em pleno Inverno apanhei-a sempre radiosa de sol, por mais fria que estivesse. Nem se via o Mosteiro no alto da Serra de Santa Luzia. Aliás, nem se via um palmo à frente do nariz.
Até o clima anda em crise.
Mas que haja melhoria de saúde. Isso é o principal.

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