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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Um dia de IPO (Literalmente!) - 24 de Agosto de 2010




Saímos para o IPO ainda não eram 8 horas.
Como o Jorge tinha consulta com a psicóloga, fomos de vez. Depois das análises esperámos para as 10 horas para a consulta com a Dra. Magda. Estávamos lá quando telefonaram da Onco-hematologia a pedir o processo.
A seguir fomos dar entrada no secretariado de Onco-hematologia e a secretária avisou-nos que a consulta estava marcada para as 15 horas. Nem eu nem o Jorge tínhamos reparado mas seguimos o que o médico tem feito e nos avisou logo de início: depois das análises ficarmos “por ali” que ele chamaria no intervalo de uma consulta.
O Jorge entrou e disse que já estava ali e disseram para ele esperar “um pouco”.
Esperámos, esperámos, esperámos até às 13h30m. Aí o Jorge foi lá dentro e disse que lhe tinham dito que a sua consulta era à tarde.
Fui então eu lá dentro, pois “à tarde” já era.
Dirigi-me à auxiliar que toma conta dessa parte burocrática e a enfermeira estava com ela. Esta enfermeira é embirrenta e hoje eu pensei que perderia a cabeça com ela.
Perguntei: “Afinal o Jorge não vai ser chamado antes?”
Resposta de uma delas, que eu não sei precisar qual: “Não podem chegar e quererem ser logo atendidos.” Comecei a ver tudo branco! “Desculpe estamos cá desde as 8 horas” – respondi “Mas a consulta é às 15 horas” – respondeu a auxiliar. “Mas o sr. Dr. diz-nos para estarmos aqui sempre depois de fazer as análises que ele chama na primeira oportunidade.” “Então vá dizer isso a ele!” – responderam-me.
Já lá vai o tempo da mágoa. Fiquei foi revoltada. Isso é forma de uma enfermeira falar com um cliente? Aliás, enfermeira??? Vejo-a sempre é de roda dos processos. Deve ser enfermeira dos processos. Nem sei se aquela sabe de onde somos. Como estamos, de certeza que não sabe. E pelos jeitos, não quer saber. “Se eu não fosse também profissional de saúde já tinha perdido a cabeça” – respondi. E saí.
Viemos para casa, comemos uma canja e voltámos de modo a estar no hospital às 15h.
Às 14h59m estavam a chamá-lo. E diz a empregada, loira, pequenina “Chegou o sr. que estava em falta”. Eu quase me dava uma coisa. Mas sempre calada. Se ela ou a enfermeira se dirigem directamente a nós, eu rebentava. Mas não o fizeram. Olhavam disfarçadamente.
Quando entrámos deu para ver que o médico não estava bem-disposto, mas é muito “cool” e “British”. Ao menos isso, pois se alguém afrontasse, era para onde eu despejava. Depois ele mostrou que sabia da nossa má disposição e explicou que tinha muitos doentes e não conseguira ver o Jorge no intervalo. Ora bem. Aí nós dissemos “Mas então dissessem logo que chegámos ainda antes das 10h30m, pois ficámos ali sem comer, sem o Jorge tomar medicação e sem o Diogo almoçar também. O médico mostrou então mais descontracção.
Mas o triste é saber que profissionais da mais digna profissão fazem isto: ignoram os clientes e as suas necessidades; são as enfermeiras dos “processos” mas depois vão contar “ao sr. Dr.” o descontentamento dos clientes. Há gente que está na profissão errada!!!
Os valores de hoje: Hemoglobina – 10.2; Leucócitos – 5700, dos quais Neutrófilos – 3700; Plaquetas – 88 mas com indicação de que há agregação, portanto, qualquer problema relacionado com a técnica de colheita ou de execução já da própria análise. O que me mete alguma confusão, quando são dados essenciais e acho que todo o cuidado seria pouco. A bioquímica estava “bem”, excepto o Magnésio que continua muito baixo.
Comparámos os dados actuais com os de há 2 anos e como o Jorge está a recuperar bem que, no meio disto tudo é o principal. Reduziu a Amitriptilina para 10 mg uma vez que anda a dormir em pé.
O médico explicou que ao estarem os valores de ciclosporina muito elevados, significa que não necessita de uma dose tão alta e então disse que até aos 3 meses há necessidade de ajustes, não de desmame e pelos jeitos não deveremos voltar para os Açores antes desse tempo – 18 de Setembro.
A consulta acabou em sorrisos; tinha começado tensa. E mesmo com o médico a demosntrar solidariedade e compreensão com a nossa situação de estarmos tão longe de casa com responsabilidades e toda uma vida que ficou em “Pause”.
Vimos depois o Dr. Sérgio que é sempre um querido! Se todos os médicos tivessem um pouquinho do que ele tem.
No meio disso tudo foi bom ter vindo a casa pois eu iria explodir.
Chegámos às 17h, completamente estourada.
Éramos para ir à Feira de Gastronomia em Vila do Conde mas estou tão cansada que nem me apetece mexer.
Combinámos que o Diogo regressa a 9 (a minha mãe a 5, do Algarve); em princípio ajuda-nos a despachar caixotes de livros. Nós vamos assim que possível. Sei que vai ser muito difícil vê-lo ir mas tem de ser. Agora (18h50m) a fazer o jantar (salada russa de frango para mim e para ele e lombo assado com batatinha assada para o Jorge e para o Diogo – eu dispenso mesmo) já me imaginava sem ele e já me veio a lagrimazinha ao canto do olho.
Ontem comprei um quarto de melancia; não dava nada por ela porque há 2 anos não comi nenhuma que prestasse e fiquei com a ideia de que as melancias daqui não seriam grande coisa. As de São Miguel são muito boas. Do Algarve também, mas as de São Miguel são melhores. Esta que comprei ontem era muito vermelha. E uma delícia!!!
Com o calor que fez o ano deve ser bom para melancias.
21h30m
A Professora Célia e a Kristin escreveram-me. Que bom! Tenho tantas saudades delas!
Está frio. A noite está mesmo fria e tive de vestir um casaco do Diogo pois não trouxe nada quente para vestir. Isto vai ser giro!!!

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