Nós

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sábado, 19 de junho de 2010

De tudo um pouco - 6 de Agosto de 2008

Hoje estive todo o dia aqui por casa. Estou a fazer colheita de urina de 24 horas para análise. É algo estranho; é a segunda vez que faço (a primeira foi antes de saber que tenho Lúpus) e, apesar do contentor colector ser mais simpático desta vez, é algo que considero pouco higiénico.

Vale-me uma vela maravilhosa que comprei ontem no Jumbo. Sou maluca por velas de cheiro e esta é mesmo uma delícia.

Ontem foi um dia mesmo de IPO, completo. Xiça!

De manhã o Jorge foi fazer análises e até teve a consulta relativamente dentro da hora. Como o médico dele continua de férias foi atendido por uma médica, um interno e uma aluna. As plaquetas estão a 47 mil (Hurra! Significa que a medula as está a produzir, pois nunca teve valores destes, fez a última transfusão de plaquetas há 3 semanas e elas têm uma semi-vida de 7 dias). Os leucócitos estão acima de 4 mil, portanto, já dentro de valores considerados normais, o que permite um alívio em todos os cuidados com a dieta neutropénica. Assim, hoje estou a fazer-lhe um pudim (deu-me trabalho, mas se ficar como na fotografia, deve ser muito bom – vejam bem o que escrevi, como se na fotografia a gente visse o sabor; mas sabem como é, os olhos também comem). Continuando a história de ontem, como a hemoglobina estava a 7.1 os médicos decidiram por transfusão de 2 unidades de sangue. O magnésio continua baixo, o que pode ser uma justificação para tanto cansaço que tem (hoje, mesmo após aquelas transfusões, continua a sentir cansaço). É que a ciclosporina, medicamento essencial no tipo de aplasia medular que ele tem, provoca diminuição de magnésio, o que acontece desde o início do tratamento.

Dirigimo-nos à unidade de hemoterapia e aí descobriram que não tinha sido pedida colheita de sangue para provas de compatibilidade. Mais uns furinhos no braço. De manhã já lhe tinham furado os dois e o Jorge tem óptimas veias. E depois, esperar e esperar. Começou as transfusões às 18 horas. Saímos depois das 20. Ele bem queria que eu viesse embora. Mas fiquei na sala de espera, com o computador. Ali como há pouca rede, tanto o telemóvel como a Internet não funcionam bem. Entrevi-me com jogos de casino – se soubessem como gosto, especialmente destes que não se gasta dinheiro a sério...

Quando saímos do hospital e, como já referi, a alimentação do Jorge pode agora ser mais livre, ele foi comer pizza. Eu não. Se eu gostasse de tudo como gosto de pizza, era um palito. Mas para não destoar da comida de plástico fui ao MacDonald’s. Ainda tive direito a um copo azul do Menu de Verão. O Sundae é que é mesmo bom, com molho de chocolate e amêndoas torradinhas por cima.

Lá no Centro Comercial Arrábida tem uma balança. Meti 50 centimos para me pesar e pensei “Vai ser lindo, vai! Apanhas um susto e estragas o dia que estava com boas notícias!” Mas nem por isso. Com tanto abuso, ABUSO mesmo desde há cerca de 2 meses, praticamente não aumentei de peso. Diz o Jorge que eu vinha da casa de banho com um sorriso de orelha a orelha. O McMenu ainda me soube melhor, óbvio! Isso de gostar de comer e ter tendência a engordar tem muito que se lhe diga, sem dúvida.

Costumo dizer que nasci no século errado. Em finais do século XIX, eu estava na moda. Ora bem, mas o que interessa é sentir-me bem. Por enquanto é assim; amanhã é outro dia. Gosto desta frase do final de “E Tudo o Vento Levou”. Por isso repito várias vezes.

Depois deste jantar gourmet e saudável fomos às compras ao Jumbo. Ai quem me dera um Jumbo em Ponta Delgada. Ouvi dizer que existirá lá um. Não vejo a hora. Fizemos as compras e, depois da parte dolorosa (pagar), foi tudo empacotado para me virem trazer a casa. Essa é outra parte que "adoro". E que me faz muita falta lá nas minhas ilhas de Bruma adoradas. Detesto carregar as compras para casa.

E este foi mais um dia da nossa saga, meus queridos amigos e amigas. Como diz a minha querida amiga Madalena (que faz anos hoje), beijos para quem é de beijos e abraços para quem é de abraços.

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