Nós

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sábado, 19 de junho de 2010

Chamarrita - Bom filho à casa torna - 1 de Agosto de 2008


“A Senhora Chamarrita
É uma santa mulher
Sai de manhã para a missa
Volta a casa quando quer”





Esta é a letra de uma canção do folclore açoriano que eu canto por beincadeira quando alguém passa o dia fora de casa. Assim fui eu hoje.

Mas ao contrário da canção não estive no "bem bom".

Acordei muito mais animada (tomei o Metamidol ontem) e também dormi bem e confortavelmente.

Começámos o dia com as análises no laboratório do IPO.

Depois fomos tomar o pequeno-almoço à Confeitaria Nobreza porque usam ovos pasteurizados e assim o Jorge pode tomar o seu cafezinho e comer dois pastéis de nata. Eu fui para uma torradinha com manteiga e uma meia de leite.

Depois viemos a casa porque eu me tinha esquecido de tomar a minha medicação. E de volta para o IPO. Estava a chegar lá e a Isa, uma amiga mostrou a grandeza da sua alma e pessoa ao dizer que me tinha enviado o tal medicamento em falta. Não tenho palavra para te agradecer, amiga! Nunca vou esquecer, mil anos que eu viva. Entretanto, tenho de salvaguardar outra amiga, a Ana que se disponibilizou a arranjar-me o Metamidol. Obrigada minha querida. Fico grata como se tivesse chegado até mim. E tenho de dizer que há quem se queixe de sitios como o Hi5. Eu tenho encontrado pessoas maravilhosas como a Isa e a Ana. Obrigada meu Deus pelos Teus Anjos que aparecem na forma de pessoas lindas!



O Jorge teve a consulta com uma hora de atraso e mesmo assim, como já vem sendo hábito, depois de ir lá dentro. Eram 13:30 quando entrámos e como o médico dele está ausente fomos atendidos por outro. Exame físico feito soubemos que as plaquetas continuam a subir o que é um óptimo sinal, a hemoglobina também, mas os leucócitos diminuíram. Teve de fazer a injecção sub cutânea para estimulação da série branca. Os reticulócitos mantiveram-se estáveis esta semana.

Estava no momento de trazer novos medicamentos e lá fomos para a farmácia. A farmacêutica disse que havia um medicamento novo que necessitava de autorização. Voltei à consulta externa. E como nada acontece por acaso, houve uma coisa boa no engano do médico. Foi precisamente eu ter voltado atrás. Numa parede estava um poster com indicação de ajuda para a família dos doentes de hematoconcologia. A enfermeira Isabel tinha ido falar com o médico por causa do referido medicamento e foi à auxiliar de acção médica que perguntei e ela deu-me logo um folheto. Entretanto chegou a minha colega, enfermeira Isabel a quem contei como estive nestes últimos dias. Ela deu-me mais folhetos, disse que eu estivesse certa de que está ali sempre que eu precisar (Viva outra enfermeira humana para o meu rol de ouro!). Falámos, ela ouviu-me e depois disse-me se eu queria ir falar com a Assistente Social. Telefonou e a Dra. Sílvia atendeu-me e ao Jorge. Foi também uma agradável surpresa. Outro profissional de saúde para a minha lista de ouro de prestação de cuidados humanizados. Soube dos meus/nossos direitos, de estratégias, de outro caso dos Açores que ficou aqui muitos meses mas recuperou muito bem (Amén, meu Deus). Saí de lá com a alma lavada e muito mais leve.

Depois fomos buscar o tal medicamento que a querida Isa me arranjou. Passo a publicidade mas fui à Sapatina Anna G. Sou maluca por sapatos e comprava-os todos… se não fosse o meu linfedema das pernas e pés (e se tivesse dinheiro, claro). Entrei sozinha para buscar o medicamento e o Jorge ficou no carro mas atendendo à demora (eu tentava comprar uns sapatos para a minha roupa nova de aniversário) foi procurar-me. E vai de rir “Se eu acertasse assim no euromilhões!” disse. Ajudou-me a escolher uns sapatos.

Neste périplo andámos com o GPS – a coisa funciona mesmo! Dinheiro mais bem gasto!!!

Falei com a família que está dispersa pelo país todo – mãe no Algarve, filho mais novo em São Miguel e a Solange, nora-filha de férias na ilha Terceira. Tão bom poder falar com eles!

De regresso a casa foi hora de fazer o jantar depois de administrar a injecção (O Jorge perguntando “Tem mesmo de ser dessa maneira?” No hospital, garanto-vos que nunca perguntou – Os enfermeiros que me lêem devem saber que é a tal coisa, ninguém é profeta em terra própria). Para o jantar combinámos arroz de tomate e lulas à sevilhana (és servida querida Verónica?). Pois sim, dei comigo sem cebolas nem alhos (não consegui ir às compras). Arroz de tomate sem alho nem cebola… Bem, pelo menos tinha tomates. E improvisei de novo. Pois o meu marido disse que era o melhor arroz de tomate que já tinha comido. (Um dia destes faço aqui um grupo de receitas para partilharmos – o que acham?) Daí que vou pensar bem no assunto: provavelmente passo a fazer arroz de tomate sem alho nem cebola.





"Dá voltas à Chamarrita
Quem manda voltar sou eu”

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