A nossa saga no combate à Anemia Aplástica diagnosticada em 2008 ao meu marido. Escrever começou como uma forma de terapia para mim. Dois anos depois (15 de Junho de 2010), o diagnóstico de uma recaída estabelece-se com indicação de repetição do tratamento. O fundo deste blog tem as cores dos Açores que tanto se assemelham às do Norte de Portugal (o tratamento é no IPO Porto). E uma estrada que representa - A Nossa Saga.
Nós
sexta-feira, 18 de junho de 2010
1º dia em casa – 2 de Julho de 2008
Como eu dizia, agora é comigo. Tenho de ser enfermeira, cozinheira, psicóloga, amiga e mulher. É para isto que casamos, também!
Cozinhei como me ensinaram lá: a sopa assim que é feita é colocada em doses individuais (comprei os recipientes) e vai imediatamente para o congelador. Depois aquece-se. O prato, seja o que for, tem de ser muito bem cozinhado.
A fruta, de casca grossa, tem de ser desinfectada. Já tinha ido com o Diogo comprar Amukina e foi o cabo dos trabalhos porque estava esgotado em todos os lados até que encontrámos no Jumbo de um centro comercial. Comprámos todos os que lá haviam. No hospital a fruta era banana e laranja. Mas em casa vou também desinfectar ananás e melancia (há uma grande bacia para a desinfectar). Depois, quando se abre, ele come assim que se parte e depois já não come mais daquela peça. Doces só feitos com ovos pasteurizados. Chocolate e coco são de evitar. A fruta depois de desinfectada é seca e embrulhada em papel de alumínio. Pensando bem, é como preparar comida para um bebé.
A medicação tem de ser a horas. Fiz uma check list para não esquecer nada.
Ele quer ajudar! Ensinei-o a preparar a cilcosporina que vai ficar a seu cargo.
Tenho dores na minha perna esquerda.
A D. Isabel telefonou. O marido não está bem mas o pior é que ambos perceberam quando a médica disse que “agora só cuidados paliativos” que ele estava para morrer. Expliquei-lhe o que quer dizer “paliativo” e vou lá vê-los amanhã.
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