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sábado, 19 de junho de 2010

Feira de Gastronomia - 28 de Agosto de 2008

Feira da Gastronomia de Vila do Conde
Como já todos devem saber, adoro comer. Boa comida, boa comida, boa música, boa conversa, livros, uma piscina e sou uma mulher feliz.
Estava mesmo em baixo hoje. Ainda por cima o nosso GPS teve um fanico que nos impediu de concretizar o que tínhamos planeado. Só me apetecia meter na cama e cobrir a cabeça – muitas vezes quando tenho um problema, mais do tipo contratempo, não propriamente um problema sério, deito-me e durmo, durmo, durmo.
Pensava que o filme Mamma Mia já tinha estreado. Sou fã dos Abba, quase que desde que me conheço que o sou e não quero perder este filme. Afinal só estreia dia 4 de Setembro. Para ir ao cinema tem que ser um filme que chame mesmo a minha atenção. Pelo contrário, faço de pipocas e sento-me em casa a ver. Lá na nossa casinha dos Açores há um plasma gigante e um sistema de home cinema e então para ir ao cinema só filmes muito especiais. Mas este é-o para mim e gostaria de o ver num ecrã de cinema. Cada canção dos Abba tem uma história na minha vida. Parece que a escreveram para mim. O que deve acontecer a milhares de fãs, claro.
Pois, mas como ainda não está nos cinemas, o que vamos fazer?
A Feira da Gastronomia de Vila do Conde pareceu uma boa alternativa, se bem que o Jorge estivesse cansado e eu o questionasse bastante para pensar se queria mesmo ir.
Chegámos lá e demos uma volta no jardim muito agradável. Comecei a ver doces conventuais – Ai Jesus! Marmelada do Minho, igualzinha à que a minha madrinha Teresa, doceira de quem já falei, fazia. Comprei duas tigelas: uma para mim, outra para a minha sogra que também adora marmelada. Eu não adoro marmelada. Só aquela. Agora por isso, tenho de agradecer muito à mãe da Verónica as iguarias que me enviou dos Açores, entre as quais doce de figo que é maravilhoso. Tal e qual o que a minha mãe fazia. Até há poucos anos a minha mãe fazia doces com fruta da época que eram maravilhosos, especialmente o de figo, o de uva, o de amora e o de maçã com tomate.
Depois de ver bem todos os stands, optámos por um restaurante alentejano, de Beja, “O Árbitro”. Grande fila de espera mas vale a pena. A relação preço/qualidade é óptima. Comi uns pezinhos de coentrada com nota 5 (como sabem, dou de 0 a 5). O Jorge uns secretos de porco preto. Infelizmente, talvez por tantas pessoas à espera para o espaço disponível – há pessoas lá que vão comer à meia-noite – a simpatia não era muito evidente. Achei piada haver um certificado de estadia na feira de Gastronomia da Praia da Vitória, a que não falto quando tenho oportunidade de ir.
Depois de uma refeição assim, já fiquei bem mais feliz. Fui buscar uns docinhos. Contei-lhe que o meu pai, que era muito magro mas quando lá nos Açores havia arrematações (os Açorianos sabem a que me refiro; os que não são explico brevemente que é como um leilão que há nos adros das igrejas nas festas da freguesia cujas receitas revertem a favor das festas e há de tudo, desde gado e galinha, a doces, vinhos e frutas), chegava a casa carregadíssimo de doces para todos e para ele também, que era um guloso, Deus o tenha! E o Jorge já não conheceu os banquetes que há anos eu dava em minha casa. Adorava juntar as pessoas amigas por qualquer motivo – aniversários, festas de calendário como Natal, Carnaval, Páscoa – e fazer aquelas comidas e doces que só os terceirenses sabem como são. Ah, havia lá um restaurante de São Miguel. Bem reparei para ver se via alguém conhecido mas não e também não conheço o restaurante – diga-se de passagem que não vou muito a restaurantes em São Miguel; frequento mesmo muito pouco. Mas tinha imensa gente, o que me deixou com muito orgulho. Só me confundiu um dos pratos ser de alcatra. Todos sabemos que a alcatra é da Terceira e tem segredos que não sei se chegaram a São Miguel. Mas isto é outra história que não alimento porque nasci na Terceira de pais micaelenses e de família micaelense desde o seu povoamento. Assim, não entro nas rivalidades que acho um desperdício de energia que podia ser aproveitada para sinergias que só favoreciam o arquipélago. O meu coração divide-se pelas duas ilhas. Não há ilha mais bonita que a ilha de São Miguel – em nenhum lugar do mundo. Mas não há gastronomia como a da Terceira. Falou a Açoriana misto de “corisca mal amanhada” e “rabo torto” (linguagem açoriana – lol).

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