Nós

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

6 de Julho de 2010


Que noite de calor!
Acordei às 8, o Jorge já se tinha levantado para fazer a medicação da manhã, que tem de ser feita em jejum. Dormiu mas acordou frequentemente com o calor.
Avaliei-lhe a TA que está bem. Tenho de ir comprar um termómetro.
Ontem ao deitar-me tinha imensas dores nas pernas, possivelmente por ter descido os 6 andares quase a correr. Mas tenho um bastão de um bálsamo chinês que me deu a minha prima Liliana que tira logo as dores. É impressionante mas faz mesmo efeito. No ombro não porque é um problema crónico e mais do que dor aguda.
Apesar do calor que fez de noite, penso que ainda seria a melhor hora para cozinhar; a cozinha está um forno durante o dia mesmo sem o fogão estar aceso.
15h 36m
Fui ao talho e o Jorge foi comigo.
Depois trouxe-o a casa porque chegava de passeio para primeiro dia.
Fui então ao Lidl que é mesmo aqui atrás do apartamento. A Verónica e o Diogo foram comigo. Quando reparámos estava uma briga na caixa, com uma mulher a dizer imensos palavrões e acabou à bofetada a outra. Fiquei toda a tremer cheia de medo. Ainda por cima, estava no fundo da loja mas o Diogo quis ir ver de perto e tive medo que lhe acontecesse alguma coisa.
Depois viemos para casa e estava a sra. que me vinha passar a ferro. O Jorge estava na sala com a filhinha dela. É então que a sra. diz que a filha está constipada. Outro grande susto! Tive de lhe dizer que o Jorge não pode estar com doentes. É muito duro ter de dizer isto, não é a minha casa, mas é verdade. Depois desinfectei tudo. Valeu-me a minha amiga Susana que me foi orientando no que fazer pois eu estava mesmo muito nervosa. Verifico que estou muito gasta, fico muito nervosa com muita facilidade.
Fui preparar o almoço mas de novo já não me apetece comer. Mas cuidei de mim: leite com cerejas. Ninguém morre a comer fruta e a beber leite. Também com este calor, quem quer comer?
A seguir tive de me encostar no sofá; estava muito cansada – doentes com lúpus, sabem a que me refiro…
Ouço mexer na loiça, perguntei o que era e estava o Diogo a lavar a loiça. Bem, lavou a loiça e tudo o que apanhou à frente. Só Deus pode abençoar este filho. Porque eu nem tenho palavras para lhe agradecer tudo o que em feito por mim. Sempre preocupado se eu como; ainda ontem foi fazer-me um batido com banana, corn flakes e leite. Não há palavras; só conhecendo-o. Leva e traz a comida ao Jorge, cuida para que não lhe falte nada.
O Jorge também tenta ajudar, mas nem pensar. Cuida da medicação dele mas não o quero a fazer mais nada para já. Queria pegar nos sacos das compras, lavar loiça. Não, ainda não.
Muitas amigas e colegas enviaram mensagens e telefonaram: Nélia, Luís Carlos, Delfina, Leonor, Sandra, Patrícia Tavares, Lúcia e Isabel.
Ontem a Susana e a Patrícia Ferreira telefonaram. A Doutora Célia também enviou mensagem. Nestes momentos vemos quem se importa e é amigo, sem dúvida. Obrigada a todos.
17h30m
O Diogo e a Verónica foram dar um passeio e depois ao cinema; fazem muito bem.
Continua imenso calor.
Vou começar a marcar entrevistas com os participantes da minha tese; terá de ser por skype ou Messenger mas se não o faço, perco toda a colheita de dados feita até agora.
Uma amiga do Facebook cujo marido tem AA mas foi submetido a transplante de medula escreveu-me a dizer que ele tem alta hoje. Que tudo corra muito bem! Vamos manter-nos em contacto para saber uns dos outros. Encontrei este caso e outro que foi diagnosticado a semana passada. É sempre bom poder trocar impressões e experiências. Em Portugal não consigo contactar ninguém.
20h41m
O Jorge acabou de jantar. Sopa de legumes (ele deve fazer uma grande amabilidade para a comer; acho que está péssima e que não sei mesmo fazer sopa – agora estou a fazer caldo verde), arroz branco e bifes de cebolada. Para a sobremesa, banana. Diz que já tem o estômago muito cheio e o melão que desinfectei fica para o almoço de amanhã.
Dói-me um pouco a garganta ou é só impressão minha??? Por favor, meu Deus, eu tenho de cuidar do Jorge!

1 comentário:

  1. Bem,
    São várias as vezes que aqui venho, e várias vezes clico para comentar. Depois arrepedendo-me e saio sem enviar nada. Talvez por ser dificil exprimir o que se sente quando se lê o que se passa, talvez por ser dificil exprimir como desejaria-mos fazer chegar um pouco de força, de animo e de mais coragem, porque esta vê-se que abunda.
    Nota-se que há um mar de amor e de esperança, de ajuda, sinceramente faltam-me as palavras! é bonito, muito bonito a luta que se vê/lê aqui travada, o amor, a preocupação, o respeito.
    A sopa?! Claro que ficou uma delícia!!!
    Beijos,
    Paula Ferraz

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