Nós

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

19 de Julho de 2010




Ante ontem foi um dia relativamente calmo.
Ficámos em casa mas à noite desafiei para um passeio nas zonas ribeirinhas de Gaia e do Porto. Estava uma noite linda e muito amena. Não saímos do carro mas foi bom e o Diogo, no banco de trás lá ía fazendo e dizendo coisas para rirmos.
Ontem fui logo de manhã com o Jorge comprar pão. Já ontem ele foi comprar o jornal. É para andar um pouco.
Mas hoje ele acordou muito asténico e não quis mesmo sair.
Está mesmo asténico. A ver vamos o que as análises dizem amanhã.
Depois de tomar banho estive de arrumar a sala – os miúdos já tinham limpo ontem, incluindo o chão. A seguir fui preparar o almoço. Também estou muito cansada e nota-se um avanço da minha alopécia para a frente. Mas não há nada a fazer. Isto é para mim.
Noto que quando as coisas se agudizam, fico alerta, já não há tempo para desânimo. É o caso de hoje em que o Jorge está como está e o Diogo com um torcicolo.
Precisava de ir às compras. Algo de Verão para calçar e umas calças de Verão. Pensava ir hoje, mas estou espapassada e, nem quero ir a um centro comercial, nem quero deixar o Jorge sozinho.
Ontem tive email da Leonor e falei um bocado com a Susana.
Também estive a fazer a minha parte do exame de saúde materna. Enviei à Patrícia e ela irá corrigir, pelo que fiz e enviei igualmente a chave. Isto não tem jeito nenhum mas não encontro outro modo! Fico tão triste e desanimada. Viver nos Açores e viver uma situação destas dá a sensação de ver a vida passar ao lado. As pessoas daqui continuam as suas rotinas. Quando vivemos no meio do Atlântico a vida pára. Não apenas ficam os colegas sobrecarregados como nos assaltam os mais estranhos sentimentos por isso mesmo e pela meu sentimento de inutilidade.
15h31m
Vou perto do Jorge que está na cama; ainda o desafio para irmos comprar bananas ali ao Lidl. Mas diz que não lhe apetece vestir, que se sente muito cansado. Digo-lhe que tem de lutar, que da outra vez saía, dava uns passeios, que ande pelo menos no corredor da casa.
Olho para os braços e vejo que os pensos das colheitas de sangue e de transfusão de sexta-feira deixaram equimoses… Já não tenho coragem de lhe pedir mais nada. Com certeza as plaquetas estão muito baixas.
20h00m
Por volta das 18h o Jorge veio para a sala e diz que acha que se esqueceu de tomar o antidepressivo ontem e que talvez seja por isso que se sente tão “mole” hoje. Perguntei se queria ir ao supermercado. Disse que sim e que tínhamos de ir ao correio. Fomos então a pé, daqui ao correio e depois ao supermercado, sempre à volta de modo que demos a volta ao quarteirão. Ele reagiu muito bem. É um alívio!
A seguir vim fazer o jantar. Ele comeu bem, com bastante feijão verde cozido que ele gosta. Amanhã já entra nos 10 mg de cortisona. Vamos a ver o que as análises dizem, amanhã.
22h40m
Os miúdos saíram. Mas antes o Diogo lavou a loiça e arrematou a cozinha.
Eu estive a ver a parte do exame que é da Patrícia, depois troquei mensagens com ela e estive no chat do gmail com a Belém.
Também estive a tratar das quintas… ainda se queimava tudo pois há 2 dias que não lhes tocava 
O marido de uma amiga do Facebook que tem anemia aplástica e fez transplante está mal. Foi reinternado hoje…
Também falei um pouco com a Solange, especialmente sobre o Rodrigo e a gravidez que se aproxima do fim.
Faz hoje 1 mês que o Jorge iniciou ATG; fez ontem 1 mês que foi internado. E faz hoje 7 semanas que chegámos ao Porto.
Não está a ser um dia fácil. Que amanhã seja melhor.

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