Nós

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

10 de Julho de 2010




Ontem à noite o Jorge estava algo apreensivo. Por sangrar mais do que o habitual tanto no local de colheita de sangue como na arranhadela que fez. Expliquei-lhe que há 2 anos, nesta altura, as plaquetas dele estavam mais baixas, daí que tente não se preocupar mas em lutar para sair desta crise. É a primeira vez que o vejo mais nervoso com a sua situação. Hoje não quis fazer a barba para não sangrar se se cortar e “esvair em sangue”. Recordei-lhe que possivelmente isso não acontecerá, que estamos perto do Hospital, mas deixei um espaço para ele. Esta pode ser uma forma de ele aceitar e, mais importante, se consciencializar.
Esta manhã a sua temperatura estava normal: 35.8 pelas 8 horas.
Levantou-se, tomou a sua medicação e o pequeno-almoço. Graças a Deus alimenta-se bem.
Fiz um pequeno arranjo na sala para que possa encostar-se no sofá e sair do quarto mas acaba por regressar para lá. Está com bastante falta de massa muscular. Mais uns dias e vou fazer mesmo com que ande um pouco. Hoje era para o fazer mas como ele ontem teve um dia intenso e muitas horas no hospital, não o faço.
Almoçou o resto da primeira sopa que estava congelada e iscas de fígado muito bem passadas com batata cozida. A sobremesa, como sempre, fruta.
Ontem trouxe-lhe dos iogurtes preferidos e uma sobremesa de chocolate. Ele parecia uma criança quando viu a sobremesa. Ninguém disse nada perante a reacção dele mas vi lágrimas nos olhos da Verónica. Só trouxe dois boiões – já não há nenhum…
Claro que depois ele tem de puxar o seu lado forreta e refilou comigo porque lhe trouxe água do Luso de ½ litro porque é-lhe mais fácil beber e se controla melhor a quantidade ingerida. Diz que uma garrafa dá 5 de marca branca e… que até nem gosta muito de água de Luso.
Hoje tenho duas entrevistas. Uma já está feita e foi extraordinariamente importante. Está a ser um método muito válido por MNS. Mais uma vez quero agradecer aos estudantes que se interessam e têm colaborado com tanto empenho. Tudo isto não seria possível sem eles e, muito especialmente, sem o apoio dos meus colegas José Carlos e Márcio que incentivam a colheita de dados aos estudantes. O Márcio, meu amigo também, ficou mesmo a colher os dados ao 2º ano, o que é uma grande tarefa a acrescentar às suas habituais de docente. A Susana também tem ajudado no incentivo aos estudantes, bem como a Sandra, docentes do 4º ano e amigas do peito. A Patrícia Ferreira ficou com a avaliação dos estudantes da unidade curricular de que sou titular e a Lúcia está a substituir-me na coordenação do 3º ano. Sei bem o que têm de trabalhar a mais. Lamento tanto! Espero não estar a ser injusta a não nomear alguém. Perdoem se for o caso. Mas angustia-me saber que estou a ser um peso para os meus colegas. Mil vezes, mil vezes mil, trabalhar. Ainda por cima, adoro o que faço.
Ontem tinha tanta gente para ir ao Shrek que o Diogo e a Verónica voltaram para casa sem conseguir bilhetes.

20h08m
O Jorge acaba de jantar: caldo verde (também comi e estava bom… fui eu que fiz..), frango estufado e fiz-lhe duas batatinhas fritas para “matar o desconsolo”. A seguir vai comer fruta. Salada crua não pode comer e vegetais cozidos não gosta.
Andou esta tarde a querer varrer o chão; deu-lhe para isso…
Enche garrafas de água e vem trazer-me que é para eu também beber água.
Agora tem uma ligeira dor de cabeça. Vai tomar Paracetamol pois não pode tomar qualquer analgésico não esteróide.
21h04m
Vejo as festas do Espírito Santo em Ponta Delgada na TVI. Nunca fui. Mas é mais um modo de ver a minha terra. E de sentir saudades...
Há aqui uma feira mesmo em São Mamede de Infesta; a Belém enviou convite no Facebook mas não deu para ir. O Jorge ainda não está em condições. A Paulinha das Feiras fica em casa.

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