Nós

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

5 de Julho de 2010








O Jorge telefonou-me de manhã a dizer que médico passara visita e dissera que não compreendia a baixa de valores do Sábado. Ficou a aguardar resultados.
A enfermeira, presumimos que depois de se saberem os resultados, veio dizer que ele tinha alta.
Comecei a tentar falar com o médico mas até agora – 17h37m – ainda não consegui.
É um desespero!
Se ele não compreende a que se deve a baixa de valores, então quem compreende??? Eu???
Duas enfermeiras disseram-me que iam dizer a ele que quero falar-lhe mas nada. Primeiro foi almoçar e depois passa de fugida. Ainda rebento.
Antes de vir para cá preparei com a Verónica o quarto para o Jorge e o Diogo lavou toda a casa. Está tanto calor!
Depois a Verónica deixou-me aqui e foi às compras com o Diogo pois não preparámos nada para a Alta até saber que a mesma se concretizava.
Uma das enfermeiras que nunca vi até agora e que é muito simpática tirou-me as dúvidas sobre os cuidados com o pão e com a forma de pôr a casa mais fresca com este calor. É que eu, que sou muito friorenta, não conseguia dormir esta noite sem abrir a janela do quarto. Imagine-se o Jorge, que tem sempre calor!
Sou profissional de saúde, sou. Mas nesta situação não sou e tenho imensas dúvidas. Não quero fazer nada errado.
A única enfermeira que não era simpática há 2 anos, continua igualmente “simpática”. Bolas!
17h30m
Começa transfusão de sangue total. Pergunto ao enfermeiro se também vai fazer plaquetas; ele diz que não.
Pergunto pelo médico do Jorge e que já disse a duas colegas que necessito de falar com ele. Ele diz que o médico “está ocupado” e que não têm muita influência. Já dei por isto. Além de preocupada e triste com a situação do Jorge estou revoltada por ver que a advocacia dos doentes não entra aqui por parte dos enfermeiros e os srs. Drs. são reis e imperadores.
18h25m
Falei com a enfa. Virgínia a quem pedi para falar connosco. Há bastantes mudanças nos cuidados a ter que eu nem imaginava e se não fosse ela não sabia. Garantiu que correu muito bem; os valores subiram de ontem para hoje, espontaneamente. O médico ainda teve dúvidas de lhe dar alta mas depois de ver as análises decidiu prescrever a injecção para indução de glóbulos brancos, que já neste momento já foi administrada e depois a transfusão. Mas ela diz que estas oscilações são normais. Já nem sequer necessito de falar com o médico se ele não aparecer. Porque é que as pessoas são tão diferentes desta enfermeira? Perguntei se há alguma directiva para os enfermeiros não dizerem valores aos doentes e ela diz que não mas que muitos fogem a isso.
18h49m
Terminou a transfusão de sangue, sem qualquer problema.
Vim para o hospital para falar com o médico e esqueci-me da mochila para levar as coisas para casa; agora o Diogo vai ter de subir e eu vou ter de descer. O elevador principal está avariado desde sexta-feira, desço pelas escadas.
18h55m
A sra. enfermeira simpática, veio trazer as receitas e a alta. Ainda está a fazer cortisona.
Nada de médico. Também depois da enfermeira Virgínia não preciso... (acho)
Em casa
Afinal ía a sair e o médico a entrar e falei com ele. Parece mais acessível. Perguntei o que queria perguntar e ele respondeu de modo que me tranquilizou. Diz que os valores de sábado não são de valorizar porque hoje sem qualquer transfusão, os valores tinham subido, estando os neutrófilos a 1200. Ele acha que houve qualquer erro com aquelas análises.
Quando chegámos a casa fiz o jantar, desinfectei fruta, preparámos o plano de terapêutica.
O Diogo é que foi à farmácia com a Verónica aviar a receita.
Lamentavelmente, escrevi isto na noite do dia indicado, onde haviam alguns desabafos mas agora ao ir buscar para publicar, falta parte do texto...
... Nada acontece por acaso. Talvez não devesse ser colocado aqui...
Nesta noite falei longamente com a Patrícia Ferreira e a Susana, amigas queridas, sempre prontas a ouvirem-me.

*** Nas fotos:
1) Dia da Alta: Vestido para ir embora!
2) Adeus quarto
3) Adeus cama 603
4) Já cá fora com a inseparável almofada.

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