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domingo, 19 de dezembro de 2010

19 de Dezembro de 2010 – No Porto num Outono gelado




Viemos para o Porto ante ontem dia 17 porque a consulta é na terça-feira, as análises amanhã e todos os voos estavam cheios a não ser mesmo o que viemos.
No início do voo o comandante anunciou que a viagem seria boa pois havia “bom tempo em curso e sem turbulência”. Não sei onde ele foi buscar estas previsões ou se teve de mudar de rota… só sei que uma hora depois de sairmos de Ponta Delgada começou uma turbulência forte que durou até 20 minutos antes de aterrarmos. Crianças vomitavam, as pessoas estavam apreensivas e eu coloquei um Metamidol debaixo da língua, meti a cabeça entre a gola da parka e tentei relaxar no meio dos abanos. Uma destas nunca apanháramos.
Foi-nos informado que no Porto a temperatura era de 8 graus e eu contava com muito frio mas nem senti assim tanto – também me tinha preparado com o pijama por baixo da roupa. O céu estava muito azul, lindo.
Depois de levantarmos o carro, viemos para o Lar. Tinha havido obras e os pedreiros deixaram tudo num estado incrível. Comecei a espirrar e com dor de garganta pois o pó, muito fino, era mesmo muito. Fomos almoçar e comecei a pensar que desta vez iríamos para um Hotel. Depois fomos aos centros comerciais. Nenhum filme que valesse a pena; aproveitámos para umas promoções e umas comprinhas. Fomos dar o nosso passeio pela Foz do Porto e até Gaia. Estava uma noite linda e o rio Douro, belamente calmo. Foi bom mas acompanhada sempre de uma apreensão que me tem acompanhado desde as últimas análises. Sentia-me triste quando me deparei com um anúncio numa paragem de autocarro que diz “A vida é bela; viva o presente”. Foi um recado para mim. Como tenho repetido adoro o Porto. Mas senti perfeitamente que se acontecer o pior dos piores, não serei capaz de voltar aqui. Por muito que quisesse afastar pensamentos menos bons… Depois de um primeiro casamento que acaba por traição do marido, de um segundo casamento marcado pelo alcoolismo e pela violência, vem o Jorge e acontece isto. Que *** de vida esta!
Comprámos jantar e tentámos vir ao Lar. A Belém, com quem entretanto eu já tinha falado ainda estava cá com a D. Olinda. O apartamento estava já todo limpo, se bem que o pó de cimento ou de tinta, o que é, não sei, volta depois mas em menos quantidade, claro. Já limpei mas volta a aparecer.
Ontem o dia continuava bonito, fomos dar umas pequenas voltinhas pelo Porto, comprei umas coisinhas para os meus netinhos e almoçamos no restaurante chinês do centro comercial. Há tanta gente que os parques de estacionamento estão sempre cheios.
Mesmo eu não mostrando minimamente a minha ansiedade, o Jorge tem acordado muito ansioso – já desde os Açores, não é desde que está cá.
Uma coisa que noto aqui no Porto é que não “cheira a Natal”. Quase não há luzes nas casas, só vejo nos centros comerciais. Nunca tinha estado nestas datas fora de casa porque gosto de aproveitar estes dias em casa e acho estranho pois Ponta Delgada é linda com as iluminações de Natal e as pessoas enfeitam as casas.
Entretanto, encomendei à esposa do sr. Henrique do Cagarro uns doces para o Natal. Foi logo no primeiro dia aqui. Porque é assim, ou está tudo bem e eu quero descansar quando chegar a casa ou não está e não terei cabeça para nada.
Hoje acordámos, preparámo-nos para ir almoçar, pensando na canja do Amial que traríamos para o jantar (ontem mandámos buscar pelo “Comer em Casa” mas não acertámos no restaurante, um alentejano – os meus pezinhos de coentrada não tinham coentros…) Como ouvira na televisão que o tempo estaria nublado (estava) e a temperatura subiria, não vesti a calça do pijama. Que horror! Que frio! 9 graus que nunca subiram porque não há sol. Fomos à Churrascaria mas tinha uma fila interminável. Fomos dar um passeio à baixa, aproveitámos para comprar Bolo Rei, voltámos mas continuava a não haver lugares. Então fomos ao Farrapo Velho (fica perto e eu adoro bacalhau), mas o restaurante estava gelado. Foi comer e vir para casa para nos embrulharmos a ver televisão. O Jorge dorme e eu ando aqui nas minhas “quintas”. Já falei com a minha mãe, o Diogo,a Belém e a minha prima Liliana. Não vamos sair mais hoje. A televisão dá uns filmes de fantasia e de Natal. Trouxemos comida para o jantar, há um chazinho dos Açores para fazer e há Bolo Rei e cupcakes. Está-se muito bem aqui.
Acabámos de ver ERAGON na TVI, agora as notícias com a presença do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, que tento não perder e depois A Casa dos Segredos. Pequenas coisas que trazem prazeres, ao lado do Jorge. Só peço estabilidade dele de modo a podermos envelhecer juntos assim, os dois. Só peço saúde para a nossa família. Quero lá saber da crise!

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